Transferência da presidência do Mercosul para a Venezuela divide opiniões no Senado
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Transcrição
LOC: AINDA SEM UMA DEFINIÇÃO OFICIAL, A TRANSFERÊNCIA DA PRESIDÊNCIA DO MERCOSUL PARA A VENEZUELA DIVIDE OPINIÕES NO SENADO.
LOC: O PLENÁRIO DEVE ANALISAR NOS PRÓXIMOS DIAS UM REQUERIMENTO SOBRE UM VOTO DE EXTREMA PREOCUPAÇÃO SOBRE A POSSIBILIDADE DE O BLOCO SER PRESIDIDO PELA VENEZUELA. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
TÉC: Apesar das tentativas para se chegar a um acordo sobre a transmissão da presidência do Mercosul para a Venezuela, ainda não há data para a reunião da Cúpula de Presidentes do Blocos onde será feita a passagem do cargo. Após reunião no Uruguai, nesta segunda-feira, representantes do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai anunciaram formalmente que não há um acordo fechado sobre a transferência da presidência para a Venezuela e que haverá outra reunião para considerar os próximos passos, sem uma data ainda definida. No Senado brasileiro, parlamentares manifestaram preocupação sobre o impasse no Mercosul. A senadora Ana Amélia, do PP Gaúcho, apresentou um requerimento, pedindo a aprovação de um voto de “expressão de extrema preocupação” diante da possibilidade de transmissão da presidência pro tempore do Mercosul à Venezuela, enquanto persistirem as violações aos direitos humanos e aos princípios democráticos naquele país. Na avaliação da senadora, a Venezuela não tem condições de assumir a presidência do Bloco.
(ANA AMÉLIA). Invoquei no meu requerimento, que foi aprovado, o relatório feito pelo também ex-chanceler uruguaio, Luiz Almagro, que fez um documento descrevendo detalhes das violações de direitos humanos e sobretudo aos princípios democráticos por parte do governo Maduro. E ele propôs pela OEA a aplicação de sanções previstas na Carta Democrática da OEA em relação à Venezuela.
(Repórter) O requerimento ainda deve ser analisado e votado pelo Plenário do Senado. Já a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, criticou a atuação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, ao querer quebrar as regras democráticas do Mercosul.
(GLEISI). Os golpistas foram a Montevidéu reclamar da democracia Venezuelana. Queriam quebrar a regra democrática da rotatividade da presidência do Mercosul. Foram lá, na tentativa de exportar um golpe. Pois pediram o que não deveriam, e ouviram o que não queriam. As regras democráticas têm de ser respeitadas.
(Repórter) Estabelecido há 25 anos, o Mercosul tem presidência rotativa com rodízio entre os países-membros a cada 6 meses. O critério é a ordem alfabética. E pela rotatividade, a Venezuela seria o próximo país a assumir a presidência do bloco. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, defende o adiamento da passagem da presidência para o mês de agosto. Da Rádio Senado, Paula Groba.