Cooperativas de crédito são sugeridas como alternativa para o cidadão evitar altas taxas de juros — Rádio Senado

Cooperativas de crédito são sugeridas como alternativa para o cidadão evitar altas taxas de juros

08/07/2016, 15h11 - ATUALIZADO EM 08/07/2016, 15h11
Duração de áudio: 02:12
Pedro França /Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES CRITICAM EM PLENÁRIO AS TAXAS DE JUROS. PARA JORGE VIANA, A ATUAÇÃO DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO PODE SER UMA ALTERNATIVA PARA O CIDADÃO. LOC: ROBERTO REQUIÃO, REGUFFE E CRISTOVAM BUARQUE ACREDITAM QUE É PRECISO UMA MUDANÇA NA ESTRUTURA ECONÔMICA. DETALHES COM O REPÓRTER HEBERT MADEIRA. TÉC: O senador Jorge Viana, do PT do Acre, registrou em discurso sua insatisfação com as taxas de juros. Segundo ele, o mais prejudicado é o cidadão pobre ou de classe média, que se vê obrigado a recorrer a empréstimos quando precisa de dinheiro. Em vez disso, ele defendeu as cooperativas de crédito como alternativas, e disse que elas deveriam ser mais utilizadas nesses casos, ou para investimentos. Enquanto a taxa para cartão de crédito está em 471% no Brasil, o senador citou o exemplo da França. Lá, 60% do crédito do país passa pelas cooperativas. Para Jorge Viana, a distorção no Brasil é resultado da decisão de se colocar banqueiros na gestão de órgãos fiscais. Enquanto o país vive um momento de crise, os bancos são os únicos que se beneficiam com as altas taxas de juros, como alerta Jorge Viana. (Viana). Eles vivem de crise, e nós vamos recorrer aos seus gestores, aos seus executivos, para nos ajudar a sair da crise. Com isso, nós vamos ter essa engrenagem, seguindo em frente, que tira, que mete a mão no bolso do contribuinte. (REP) O senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, também defendeu uma mudança na gestão do sistema financeiro do país. (Requião). É claro que a reforma tem que ser mais estruturante e estrutural, mas não há cabimento, para uma leitura racional, que os grandes bancos brasileiros sejam encarregados de cuidar da fiscalização deles mesmos. É uma distorção absoluta. (REP). Já o senador Reguffe, do Distrito Federal, concordou que a taxa de juros atual não é aceitável. No entanto, ele disse que também é papel do governo contribuir para a redução dos juros, reduzindo também os gastos públicos. (Reguffe) O governo não pode baixar a taxa de juros por decreto, porque, se baixar a taxa de juros por decreto, dá um impacto na inflação num ponto futuro. Então o governo precisa também, no outro lado, reduzir os seus gastos, para poder fazer uma redução sustentável da taxa de juros. (REP) Cristovam Buarque, senador pelo PPS do Distrito Federal, acrescentou que o país tem uma tendência para o endividamento, e estimula o consumo ao invés da poupança. Para ele, é preciso mudar a relação do consumidor com a economia, além da mudança no sistema financeiro. Da Rádio Senado, Hebert Madeira.

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