Testemunhas negam ingerência de Dilma em balanços do Banco Central — Rádio Senado
Comissão do Impeachment

Testemunhas negam ingerência de Dilma em balanços do Banco Central

29/06/2016, 22h12 - ATUALIZADO EM 29/06/2016, 22h12
Duração de áudio: 02:48
Comissão Especial do Impeachment 2016 (CEI2016) realiza reunião para ouvir testemunhas. 

Mesa: 
analista de finanças e controle e subsecretário de política fiscal da Secretaria do Tesouro Nacional, Paulo José dos Reis Souza (testemunha); 
relator da CEI2016, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG); 
presidente eventual da CEI2016, senadora Ana Amélia (PP-RS); 
coordenadora de Comissões Temporárias, Especiais e Parlamentares de Inquérito, Adriana Alves Zaban 

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: ÚLTIMAS TESTEMUNHAS DE DEFESA NEGAM INGERÊNCIA DA PRESIDENTE AFASTADA DILMA ROUSSEFF EM BALANÇOS DO BANCO CENTRAL QUE NÃO CONSIDERARAM AS PEDALADAS. LOC: SENADORES PRÓ-IMPEACHMENT AVALIAM QUE ESTÁ CLARA A ORDEM DE DILMA ROUSSEFF NO ATRASO DE PAGAMENTO AO BANCO DO BRASIL PELO PLANO SAFRA. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) O diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin, declarou que a presidente afastada Dilma Rousseff não tem responsabilidade nos atrasos de pagamentos ao Banco do Brasil pelo Plano Safra. Disse que não houve empréstimo apenas prestação de serviço. Tanto o procurador do Banco Central, Marcel dos Santos, quanto o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, negaram que a instituição tenha se omitido ao não incluir em relatórios as dívidas da União com os bancos públicos que totalizaram em torno de R$ 60 bilhões no ano passado. Eles disseram que desde 1991 o Banco Central usa uma metodologia própria e com reconhecimento para avaliar a situação de instituições financeiras. Os dois esclareceram que o BC identificou em 2014 os passivos da União com a Caixa Econômica Federal. Mas no caso do Plano Safra, o Banco do Brasil não informou os atrasos de pagamentos da União. E admitiram que se o déficit tivesse sido declarado, o resultado da meta fiscal seria diferente. Marcel dos Santos disse ainda que o Banco Central questionou a mudança de entendimento do Tribunal de Contas da União quanto à divulgação de relatórios incluindo as chamadas pedaladas, que até 2015 não apareciam nos documentos oficiais. (Marcel dos Santos) Havia divergência de interpretação. O TCU entendia uma coisa e o Banco Central outra. A decisão final só ocorreu em dezembro de 2015. E essa determinação foi prospectiva e disse que para a partir de agora registrássemos. Nós fizemos isso imediatamente em janeiro de 2016 com os dados de 2015 e com um quadro específico de todo o histórico desde 2001. (Repórter) O líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado de Goiás, avalia que o Banco Central foi conivente ao não considerar as pedaladas. (Ronaldo Caiado) A presidente praticou o dolo. Ela fez questão de não deixar que o Tesouro Nacional pagasse. Quem decide é a presidente da República. Ela tinha conhecimento do desvio dos R$ 60 bilhões para fazer política social que era obrigação do Orçamento e não dos bancos controlados pela presidente da República. (Repórter) Mas para a senadora Vanessa Grazziotin do PC do B do Amazonas, Dilma Rousseff não pode ser responsabilizada por uma mudança de entendimento do TCU. (Vanessa Grazzioti) Cabe ao Banco Central fazer a divulgação das estatísticas e não há como a presidente ter tido qualquer interferência nesse processo. As normas usadas pelo Banco Central são utilizadas há anos. (Repórter) Já o representante da Secretaria do Tesouro Nacional, Paulo Souza, disse que não houve operação de crédito no caso do Plano Safra, mas atraso no pagamento.

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