Auditor do TCU diz que manobras contábeis foram usadas para governo Dilma aumentar gastos mesmo sem dinheiro em caixa — Rádio Senado
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Auditor do TCU diz que manobras contábeis foram usadas para governo Dilma aumentar gastos mesmo sem dinheiro em caixa

13/06/2016, 20h32 - ATUALIZADO EM 13/06/2016, 20h32
Duração de áudio: 02:30
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO DIZ QUE MANOBRAS CONTÁBEIS FORAM USADAS PARA O GOVERNO DILMA AUMENTAR GASTOS MESMO SEM DINHEIRO EM CAIXA. LOC: A OPOSIÇÃO QUESTIONA O FATO DE O TCU NÃO TER RESPONSABILIZADO PRESIDENTES DA REPÚBLICA ANTERIORES QUE ADOTARAM A MESMA PRÁTICA. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) À Comissão Especial do Impeachment, o secretário de Controle Externo da Fazenda Nacional do Tribunal de Contas da União, Tiago Dutra, declarou que as chamadas pedaladas fiscais poderiam chegar a R$ 100 bilhões caso o TCU não tivesse alertado sobre os atrasos de pagamentos da União a bancos públicos. Ao citar a auditoria feita, ele disse que em 2014 o governo devia R$ 58 bilhões referentes a repasses não feitos à Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES. E que as quitações só foram feitas após o TCU pedir a rejeição da contabilidade de 2014 da presidente afastada Dilma Rousseff. Tiago Dutra citou que o Tribunal recomendou a responsabilização de integrantes da equipe econômica de então, entre eles, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin. Ele disse ainda que a meta de superávit acabou alterada para acomodar os pagamentos cobrados pelo TCU, entre eles, os R$ 15 bilhões ao Banco do Brasil, pelo Plano Safra, sendo R$ 3 bilhões de juros. Tiago Dutra destacou que os atrasos de quitação da União com os bancos públicos ocorriam desde 2011 de forma sistemática. (Tiago) Trata-se de uma questão muito grave e muito séria e com uma característica intencional muito forte. A diferença entre um erro e uma fraude é a intenção. Ficou consignado no meu despacho que trata-se de um artifício deliberado para maquiar as estatísticas fiscais. (Repórter) A senadora Fátima Bezerra do PT do Rio Grande do Norte citou que os ex-presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva também atrasaram o pagamento aos bancos públicos. Ela questionou o que chamou de mudança de metodologia do TCU para considerar crimes as pedaladas de Dilma. (Fátima) O TCU sempre autorizou esses procedimentos. Somente em outubro de 2015, decidiu que não poderia ser mais feito. Volto a repetir que a partir do momento que o TCU mudou a orientação, deixou-se de fazer. Desde 2015, não existe nenhuma ilicitude com o Plano Safra. (Repórter): Por decisão da maioria dos integrantes da Comissão, quatro testemunhas arroladas pelos senadores favoráveis ao impeachment foram dispensadas. A defesa, que contestou a decisão, vai rever a lista apresentada para tentar incluir alguns dos nomes desses técnicos. Da RS, HC.

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