Ativistas defendem debate sobre igualdade de gênero em escolas como forma de combater cultura do estupro
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Transcrição
LOC: DEBATES SOBRE IGUALDADE DE GÊNERO DEVEM SER REALIZADOS NAS ESCOLAS COMO FORMA DE COMBATER A CULTURA DO ESTUPRO.
LOC: O TEMA FOI DISCUTIDO NESTA SEGUNDA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, QUE AINDA APROVOU UMA NOTA DE REPÚDIO CONTRA O MASSACRE QUE MATOU 50 PESSOAS E FERIU OUTRAS 53 NOS ESTADOS UNIDOS. REPÓRTER PAULA GROBA.
TÉC: A cultura brasileira, ao longo da história e do contexto social, criou espaços diferenciados de gênero, onde a mulher ocupa o espaço de objeto de desejo e de controle masculinos. A conclusão é da representante do Conselho Federal de Psicologia, Valeska Zanello. Ela alerta que esse conceito é reforçado diariamente pela mídia, por meio de programas e propagandas.
(VALESKA) A gente já nem percebe isso como violência, o que é muito grave. Então a interpelação feita pela nossa cultura às mulheres é que elas se coloquem nesse lugar de objeto de desejo e ela ensina aos homens que as mulheres são objetos disponíveis. E principalmente, num tipo de masculinidade que deve ser provada ao consumi-las e objetificá-las.
(Paula) Representante da Associação de Advogadas pela Igualdade de Gênero, Aisla Amorim lembrou que o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países com maiores índices de violência contra a mulher, num ranking de 83 nações. Ao defender núcleos especializados de atendimento, Aisla reforça que a cultura machista e patriarcal também está presente entre os agentes que atendem as vítimas.
(AISLA) Existe despreparo e preconceito por parte dos agentes de segurança pública. Existe medo e vergonha por parte das vítimas. É essa cultura que garante a permanência desse papel de inferiorização da mulher. Em todos os ambientes, em toda a estrutura social e não atinge só mulheres, mas todos os corpos fora do padrão heteronormativo.
(Paula) A maioria das convidadas observou que o Brasil tolera o estupro, culpa a vítima e protege algozes. Elas defenderam mudanças na educação com a inclusão de debates sobre igualdade de gêneros nas escolas. Autor do pedido para a audiência, o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, afirmou que o Congresso não está alheio a temas como estupro e qualquer outro tipo de crime. O senador ainda leu uma nota de repúdio em nome da comissão sobre o assassinato de 50 pessoas em uma boate em Orlando, nos Estados Unidos, destacando que o mundo vive um momento grave de intolerância, ódio e discriminação.
(PAIM) Estamos muito distantes da tão sonhada convivência pacífica e harmoniosa no planeta Terra. No Brasil não é diferente. Aqui as perseguições também acontecem contra gays, mulheres, jovens, negros, idosos. A sociedade atual é responsável também por essa situação.
(Paula) Durante a audiência, todos os presentes fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas do atentado. Da Rádio Senado, Paula Groba.