Debate levanta dúvidas sobre viabilidade da concessão da BR-163 — Rádio Senado
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Debate levanta dúvidas sobre viabilidade da concessão da BR-163

A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI) discutiu nesta quarta-feira (16) a concessão para a iniciativa privada da BR 163 entre Sinop, em Mato Grosso, e Miritituba, no Pará. A rodovia é importante para o escoamento de grãos da região centro-oeste, mas o valor que será cobrado de pedágio levanta dúvidas entre caminhoneiros, produtores de soja e moradores da região.

16/03/2016, 13h31 - ATUALIZADO EM 16/03/2016, 16h02
Duração de áudio: 02:30
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DISCUTIU NESTA QUARTA-FEIRA A CONCESSÃO PARA A INICIATIVA PRIVADA DA BR 163 ENTRE SINOP, EM MATO GROSSO, E MIRITITUBA, NO PARÁ. LOC: A RODOVIA É IMPORTANTE PARA O ESCOAMENTO DE GRÃOS DA REGIÃO CENTRO-OESTE, MAS O VALOR QUE SERÁ COBRADO DE PEDÁGIO LEVANTA DÚVIDAS ENTRE CAMINHONEIROS, PRODUTORES DE SOJA E MORADORES DA REGIÃO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. TÉC: A pavimentação e duplicação da BR 163 pode ser uma importante ferramenta de desenvolvimento para as regiões Centro-Oeste, que entra com os grãos, e Norte, com seus portos. Edeon Vaz Ferreira, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, prevê que a produção deve dobrar em dez anos. E só o eixo da BR 163 deve movimentar 30 milhões de toneladas de grãos, mais de um terço do total produzido pelo estado. Edeon disse que os produtores querem estradas boas, mas se assustaram com o anúncio da tarifa teto do pedágio que poderá ser cobrada, quase o dobro de outras rodovias semelhantes. (EDEON): Nós vamos gastar 882 reais por um caminhão de 9 eixos. no projeto de 12 anos 854 reais. Enquanto na Rota do Oeste, numa distância de 855 km, basicamente 100 km a menos dá 346 reais e no futuro vai ser toda a pista duplicada. No MS também, com toda a pista duplicada, 495 reais. (REP): Marcelo Bruto da Costa Correia, da Agência Nacional de Transportes Terrestres, explicou que é difícil projetar o movimento exato da BR porque hoje ela ainda não está totalmente pavimentada. E há a possibilidade da entrada de uma ferrovia nessa equação. Ricardo Pinheiro, da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, explicou que o desafio é achar uma tarifa que permita às concessionárias realizarem os investimentos previstos e ainda terem lucro. (RICARDO): A grande discussão deste momento aqui é de nível de tráfego. As concessionárias vão assumir essa redução, qualquer redução que faça aqui ou na fase de modelagem. (REP): Já o senador Paulo Rocha, do PT do Pará, levantou a preocupação de moradores da região que poderiam ter que pagar pedágio em seus deslocamentos diários. (PAULO): o cara que mora a 10 km das cidades e que trabalha ali dentro da cidade. ou o cara que mora na cidade e tem uma roça ali perto, levanta cedo e vai de carro etc. como fica essa questão da tarifa para esse pessoal. (REP): Também participaram do debate representantes do Ministério dos Transportes e da EPL, Empresa de Planejamento e Logística, estatal criada para estudar a interligação de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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