CRA debate controle da zoonose chamada mormo — Rádio Senado
Agricultura

CRA debate controle da zoonose chamada mormo

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA) discutiu nesta quinta-feira (25) o controle da zoonose chamada mormo. Mormo é uma doença infecto-contagiosa que ataca cavalos, mulas e burros, mas que também pode ser transmitida a animais domésticos e ao ser humano, podendo ser fatal. Uma vez detectada a doença, o animal normalmente é sacrificado para não por em risco os demais. O problema, segundo vários criadores ouvidos na Comissão de Agricultura como Joaquim de Souza Leão, é que os testes e laboratórios não são confiáveis.

25/02/2016, 13h00 - ATUALIZADO EM 25/02/2016, 13h43
Duração de áudio: 02:59
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA DISCUTIU NESTA QUINTA-FEIRA O CONTROLE DA ZOONOSE CHAMADA MORMO. LOC: MORMO É UMA DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA QUE ATACA CAVALOS, MULAS E BURROS, MAS QUE TAMBÉM PODE SER TRANSMITIDA A ANIMAIS DOMÉSTICOS E AO SER HUMANO, PODENDO SER FATAL. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. (Repórter) O mormo ou lamparão é causado por uma bactéria e ataca principalmente os equídeos, como cavalos, mulas e burros, mas pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. É caracterizado por secreções nas narinas e presença de nódulos em órgãos internos. Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente: pus; secreção nasal; urina ou fezes. Uma vez detectada a doença, o animal normalmente é sacrificado para não por em risco os demais. O problema, segundo vários criadores ouvidos na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, como Joaquim de Souza Leão, é que os testes e laboratórios não são confiáveis. (Joaquim de Souza Leão) Eu tive na minha criação mais de 2 centenas de animais sacrificados em exames que apenas no ano passado fui descobrir que o laboratório não tinha a devida acreditação para realizá-lo. Então, entendo que há uma falha muito grande, não é apenas uma questão de barreiras, de fiscalização nas barreiras, a gente tem um problema no diagnóstico. (Repórter) O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Guilherme Marques, entretanto, defendeu a metodologia utilizada pelo Brasil para acusar a presença do Mormo. ( Guilherme Marques) A doença efetivamente grassa no País. Isso não temos a mínima dúvida. Inclusive com informações mais à frente se for dada a oportunidade de laboratório que gostaríamos de mostrar inclusive com sequenciamento genético. Inclusive a Souza Leão tem 8 amostras que sequenciamos da Souza Leão geneticamente. A bactéria Burkholderia mallei. Então não há a mínima dúvida que existe ou existiu Mormo no Souza Leão. Como qualquer outra propriedade que está aqui discutindo esta questão. (Repórter): Mas o senador Ronaldo Caiado, do Democratas de Goiás, reclamou que propriedades estão sendo interditadas por anos sem que seja dada uma solução para a continuidade da atividade econômica. Ele disse não entender por que o governo não age rapidamente como no caso das instalações olímpicas de Deodoro, no Rio de Janeiro. Um cavalo que passou pelo lugar foi diagnosticado no ano passado com Mormo. O complexo foi isolado, várias medidas sanitárias foram tomadas e, de acordo com o ministério, está tudo pronto para as Olimpíadas em agosto. (Ronaldo Caiado) Qual a saída para esses criadores? É exatamente transferir suas propriedades para o complexo militar de Deodoro. É a única saída que vocês têm. Se vocês transferirem a propriedade de vocês para o complexo militar de Deodoro em 3 semanas vocês estarão liberados. Tranquilo. (Repórter) Os senadores devem voltar ao tema em outra audiência pública, desta vez com a presença de representantes de laboratórios privados e públicos.

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