CPI do Assassinato de Jovens discutiu criminalização juvenil, racismo, combate as drogas e violência policial — Rádio Senado
Balanço 2015

CPI do Assassinato de Jovens discutiu criminalização juvenil, racismo, combate as drogas e violência policial

23/12/2015, 17h52 - ATUALIZADO EM 23/12/2015, 18h23
Duração de áudio: 02:26
Ana Volpe/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS DISCUTIU CRIMINALIZAÇÃO JUVENIL, RACISMO, ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS E VIOLÊNCIA POLICIAL EM 2015. LOC: EM 21 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, O COLEGIADO OUVIU ESPECIALISTAS, AUTORIDADES, SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA E A SOCIEDADE ORGANIZADA. REPÓRTER HEBERT MADEIRA. TÉC: (Repórter) Instalada em maio, a CPI do Assassinato de Jovens foi uma ideia da senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, para investigar os casos de assassinatos de jovens no país. Dos 56 mil homicídios registrados anualmente no Brasil, 53 por cento das vítimas são jovens e 86 por cento são negros. Entre as 29 reuniões que a comissão realizou durante o ano, 21 foram audiências públicas, das quais 7 foram nos estados. Para isso, o colegiado ouviu especialistas, autoridades, secretários de segurança e organizações não governamentais. Ouviu também representações do movimento jovem e negro, parentes de vítimas e a sociedade organizada. Racismo, enfrentamento às drogas, criminalização juvenil e violência na intervenção policial foram temas constantes nas discussões. Para a senadora Lídice, os dados foram importantes para o colegiado ter um diagnóstico mais profundo do problema no país: (Lídice) Parte dessa violência ocorre na adoção dessa política em como o estado brasileiro enfrenta as drogas no Brasil. É a violência policial é também um elemento importante. Dentro desse aspecto é preciso rediscutir a política de segurança do país, e a reorganização das polícias, redefinir os seus objetivos. (Repórter) O racismo institucional é um dos principais agravantes, por parte dos órgãos de segurança e da polícia. Para o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, que é vice-presidente da comissão, o sistema de segurança pública precisa ser reeducado. (Paulo Paim) Isso mostra o quanto nós temos que reeducar e dar nova formação para aqueles que fazem a segurança pública para que na caminhada se entenda que aquela frase conhecida não pode ser verdadeira: “negro parado é suspeito, correndo é culpado”. (Repórter) Além da violência na abordagem policial, o relator da CPI, senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, apontou o problema inverso, que também foi discutido: o homicídio de policiais. (Lindbergh) Nós temos a polícia que mais mata, mas a que mais morre também. Perdemos 490 policiais em 2013. Isso é um número que não existe em nenhum outro país do mundo que chegue perto. Então nós temos um sistema que está matando nossa juventude. Está matando os policiais. (Repórter) Lídice da Mata afirmou que a CPI já tem um muitas informações sobre a violência contra jovens no país para a construção do relatório final, que deve ser apresentado em março de 2016. Da Rádio Senado, Hebert Madeira.

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