CPI do Assassinatos de Jovens faz audiência com Conselho Nacional do Ministério Público — Rádio Senado
Audiência pública

CPI do Assassinatos de Jovens faz audiência com Conselho Nacional do Ministério Público

16/12/2015, 18h05 - ATUALIZADO EM 16/12/2015, 18h05
Duração de áudio: 02:09
Edílson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS FAZ AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. LOC: ESPECIALISTAS COBRARAM MAIOR ATUAÇÃO NAS INVESTIGAÇÕES DE CASOS DE VIOLÊNCIA PELA INTERVENÇÃO POLICIAL. REPÓRTER HEBERT MADEIRA. (Repórter) A discussão teve como foco a atuação nos julgamentos de homicídios de jovens e no controle externo da atividade policial. Os especialistas participantes, como Olaya Hanashiro, representante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cobraram maior atuação. Para ela, o papel dos ministérios públicos não está sendo cumprido, apesar dos mecanismos existentes. O conselheiro Antônio Duarte admitiu atraso das instituições no enfrentamento dos problemas, e a necessidade de um controle externo mais ativo. Ele destacou a Resolução 129, de setembro de 2015, que traça iniciativas a serem adotadas em vários casos. Segundo o integrante do Conselho Nacional do Ministério Público, o órgão já está trabalhando no sentido de colocar as medidas em prática. Outro membro, Fábio Jorge, explicou que o Conselho já mapeou os estados e está estudando ações articuladas dentro do tema. Especialmente, quanto à letalidade na intervenção da polícia militar. (Fábio Jorge) Os números mais recentes dão conta de que só no ano de 2015 nós tivemos em média 8 pessoas mortas diante da intervenção da polícia militar por dia. Isso, ao ano, ultrapassa 3 mil casos. (Repórter) A assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional Renata Neder informou que as mortes por intervenção da polícia constam nos registros como comuns. Segundo ela, o Ministério Público investigou a atuação da polícia somente em um caso desde 2011. O relator da CPI, senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, também chamou atenção para a violência. Ele reclamou da banalização da morte dos jovens, e da política de execução que o Estado adota, apoiada por grande parte da sociedade. (Lindbergh Farias) É uma tragédia esse país que avançou em tantas áreas nesse último período, nisso aqui, ficamos completamente paralisados. Nós queremos responsabilizar o estado brasileiro pelo genocídio da juventude, especialmente da juventude negra, pobre, moradora das periferias. Por que será que até agora não surgiu um clamor nacional com relação a isso? (Repórter) Entre os encaminhamentos, os participantes pediram mais atenção na categorização de homicídios.

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