CDH debate dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras — Rádio Senado
Direitos Humanos

CDH debate dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras

19/11/2015, 16h44 - ATUALIZADO EM 19/11/2015, 16h44
Duração de áudio: 02:03
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre a situação da mulher negra. 

Mesa (E/D): 
ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Vilma Reis; 
coordenadora da Marcha Nacional das Mulheres Negras, Clátia Regina Vieira; 
presidente eventual da CDH, senadora Regina Sousa (PT-PI); 
membro do Instituto da Mulher Negra no Estado do Piauí, Sônia Terra; 
procuradora da Fundação Palmares - Ministério da Cultura, Dora Bertúlio 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A LUTA CONTRA A DUPLA DISCRIMINAÇÃO QUE AS MULHERES NEGRAS PASSAM FOI O TEMA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS NESTA QUINTA-FEIRA. LOC: PARA A SENADORA REGINA SOUSA, DO PT DO PIAUI, É PRECISO TOMAR CUIDADO COM O PRECONCEITO SILENCIOSO E AS FORMAS IMPLÍCITAS DE RACISMO. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. (Repórter) A Comissão de Direitos Humanos do Senado realizou uma audiência pública para debater a garantia dos direitos das mulheres negras, que sofrem discriminação duplamente, por gênero e etnia. O colegiado reuniu diversas representantes do movimento de mulheres negras para denunciar discriminações e para propor ações mais eficazes contra o racismo e o sexismo. A senadora Regina Sousa, do PT do Piauí, que propôs a audiência, explicou que há diversos elementos de discriminação que se juntam, como religião, sexo e etnia: (Regina Sousa) Constatou-se que a violência contra a mulher negra aumentou e da mulher branca diminui. Há intolerância religiosa. E a gente viu coisas terríveis que acontecem neste país em relação às pessoas que professam as religiões de matriz africana. (Repórter) A coordenadora da Marcha das Mulheres Negras, Clátia Regina Vieira, fez questão de declarar que a luta é pela garantia dos direitos de todas as mulheres negras do Brasil: (Clátia Regina Vieira) Enquanto a gente tiver uma mulher negra em situação de rua; enquanto nós tivermos uma mulher negra na informalidade e excluída dos direitos trabalhistas; enquanto nós tivermos uma mulher negra vitima de violência, mulheres negras que são desrespeitadas nos seus direitos, nós não vamos nos calar. (Repórter) Dora Bertúlio, procuradora da Fundação Palmares, lembrou que os negros são tratados como suspeitos em potencial pelas polícias: (Dora Bertúlio) Pessoas negras, os jovens negros, nós mulheres e homens, naquela situação de sempre suspeito, a gente precisa realmente ser mais corajosa, para que o sistema e o estado de direito seja preservado (Repórter) A luta pelos direitos das mulheres negras possui vários personagens. Mas uma escrava chamada Esperança Garcia, que em 1770 foi alfabetizada por padres jesuítas e escreveu uma carta denunciando os maus-tratos que sofria ao governador da província, foi citada como uma das primeiras referências históricas.

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