CDH debate liberdade religiosa com representantes de religiões de matriz africana — Rádio Senado
Direitos Humanos

CDH debate liberdade religiosa com representantes de religiões de matriz africana

16/09/2015, 20h53 - ATUALIZADO EM 16/09/2015, 20h53
Duração de áudio: 02:01
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: PRATICANTES DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA PEDEM RESPEITO E APOIO DE PARLAMENTARES EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. LOC: ELES RECLAMAM DE PERSEGUIÇÕES, PRECONCEITO E RACISMO. OS DETALHES COM O REPÓRTER HEBERT MADEIRA. (Repórter) Em meio a cantigas e saudações, o respeito às raízes do povo negro e a liberdade religiosa foram tema de audiência pública no Senado. A Comissão de Direitos Humanos recebeu praticantes das religiões de matriz africana, como o candomblé, que reclamaram dificuldades e perseguições. Eles destacaram o caso do arrombamento de um terreiro em Águas Lindas de Goiás neste mês. A mãe de santo Railda Rocha Pitta alega que um dos grandes problemas, além do racismo, é o preconceito contra os orixás, que, segundo ela, na verdade representam expressões da natureza. (Railda Rocha Pitta) Quero afirmar que o fato de termos um campo teológico diferente dos outros segmentos religiosos, não significa que não acreditamos em um Deus supremo. E tampouco, que vivemos de acordo com Satanás. Não há maldade ou perversidade como insistem aqueles que não conhecem os fundamentos da religião. (Repórter) Segundo Givânia da Silva, representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, no último ano foram registradas mais de 200 denúncias. Os casos vão desde incêndios a apedrejamentos. Ela afirma que é necessário não só punir os casos, mas enquadrá-los como racismo e implementar políticas de defesa. Para o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, é necessário promover o respeito, já que o maior problema envolvido é o racismo. (Omar Aziz) Querer negar a cultura brasileira depois de tantos anos que os negros contribuíram para este país é apagar a história. Temos tudo a ver com uma raça tão importante que ajudou o Brasil a chegar onde nós estamos hoje. É obrigação nossa ser solidários à causa. (Repórter) Os convidados também fizeram um apelo para que se crie uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os casos de ataques. Entre os apelos, também foi solicitado que o estudo de ensino religioso nas escolas atenda a todas as crenças. O período entre o dia 1º de janeiro deste ano e o fim de 2024 foi escolhido pela ONU como década afrodescendente.

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