Há 70 anos Japão assinava acordo de paz com aliados pondo fim à 2ª Guerra Mundial

Transcrição
LOC: HÁ 70 ANOS, EM 2 DE SETEMBRO DE 1945, O JAPÃO ASSINOU A PAZ COM OS ALIADOS ACABANDO COM A 2ª GUERRA MUNDIAL. LOC: OS SENADORES ALOYSIO NUNES FERREIRA, DO PSDB DE SÃO PAULO E JOÃO CAPIBERIBE, DO PSB DO AMAPÁ, LEMBRARAM QUE VÁRIAS QUESTÕES INTERNACIONAIS IMPORTANTES ATUAIS FORAM CAUSADAS PELA 2ª GUERRA. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. (Repórter): O final da Segunda Guerra Mundial não aconteceu com a derrota da Alemanha em maio de 1945. O Japão continuou lutando até ser derrotado e assinar a paz em setembro daquele mesmo. A instabilidade do pós-guerra gerou as Guerras da Coréia, do Vietnam, a Revolução Comunista da China e as tensões atuais entre a China e o Japão. O senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, lembra que o Japão nunca fez um pedido formal de desculpas pela guerra, como feito pelo governo alemão na Polônia em 1970. (ALOYSIO): Pedido de desculpas é importante. O fato do Willy Brandt ter reconhecido a culpa da Alemanha pelo genocídio foi um fator cultural, evidentemente político, mas que...que levou a um desafogo. A falta de reconhecimento por parte do governo japonês pelo genocídio das atrocidades que foram cometidas pelo Japão na China – e foram – uma hora o Japão vai chegar e (dizer): “Olha, erramos. Não vamos fazer de novo.” (Repórter): Os militares governantes japoneses não aceitavam a rendição e estavam preparando-se para lutar até a morte quando os aliados desembarcassem nas ilhas japonesas. O Japão havia atacado os Estados Unidos em 1941 sem uma declaração de guerra. Os governantes sabiam que seriam levados aos tribunais e condenados. Mas com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, o imperador Hiroito assumiu a responsabilidade e aceitou a rendição incondicional. O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, explica a relação destes fatos com a origem da Guerra Fria: (CAPIBERIBE): No final da Guerra houve uma expansão da ideia do socialismo, da ideia de sociedades estatizadas e tal, o centralismo democrático da economia planificada. Em contraponto ao capitalismo em plena expansão. Isso terminou levando o mundo para um outro conflito: a Guerra Fria.. (Repórter): No Brasil, vivendo em 1945 sob a ditadura Varguista do Estado Novo, o fim da Guerra trouxe com os pracinhas que voltavam dos combates na Europa o ideal de democracia e liberdade. O senador Aloysio afirma que a derrota dos governos ditatoriais do Japão, Alemanha e Itália e a derrubada da ditadura do estado Novo, de Getúlio Vargas estavam relacionados: (ALOYSIO) A participação brasileira precipitou o fim da ditadura do Estado Novo. Porque já em 1944 quando os pracinhas nosso foram enviados para lutar contra o nazismo e o fascismo ficou evidente a contradição que havia entre termos tropas brasileiras lutando contra regimes autoritários lá fora e termos aqui um regime ditatorial. (Repórter): Já o senador João Capiberibe destaca a influência do pós-Guerra na política brasileira. Ele lembra que a Guerra Fria causou a tensão entre capitalismo e comunismo opondo Estados Unidos e União Soviética. E o receio da ampliação da influência soviética na América Latina levou ao Golpe Militar de 1964 no Brasil: (CAPIBERIBE) Com o final da 2ª Guerra nós tivemos um surto democrático fantástico, mas como logo na sequência surge o fantasma da guerra fria que terminou pautando o comportamento e freando a participação da sociedade e que mais tarde culminou com retrocesso violento provocado pelo golpe civil-militar de 1964. (Repórter): Da Segunda Guerra também emergiu uma nova organização congregando as nações. A Organização das Nações Unidas veio para substituir em 1945 a fracassada Liga das Nações, criada no período entre guerras, mas que não deu conta de manter a paz e a cooperação entre os países e foi dissolvida em 1942. O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU e até hoje a assembleia geral do órgão é aberta com o discurso do presidente brasileiro. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.