Senadores divergem sobre Orçamento 2016 que prevê déficit de mais de R$ 30 bilhões
Senadores governistas querem discutir com a sociedade a solução para o rombo de mais de R$ 30 bilhões no orçamento de 2016. A oposição considera o déficit um crime de responsabilidade fiscal e não descarta devolver o projeto. O líder da oposição, senador Álvaro Dias (PSDB – PR), antecipou que o Congresso Nacional não cederá à pressão do governo para cobrir o déficit com a volta da CPMF, por exemplo.
Para o presidente do Democratas, senador José Agripino (DEM – RN), a presidente Dilma Rousseff comete o crime de responsabilidade ao apresentar um orçamento com gastos maiores do que as receitas. Segundo o senador Jorge Viana (PT – AC), 90,5% dos recursos do Orçamento têm destinação definida, como pagamento de aposentadorias e de salários. Ele admite que a tarefa será difícil.
Transcrição
LOC: SENADORES GOVERNISTAS QUEREM DISCUTIR COM A SOCIEDADE A SOLUÇÃO PARA O ROMBO DE MAIS DE TRINTA BILHÕES DE REAIS NO ORÇAMENTO DE 2016.
LOC: A OPOSIÇÃO CONSIDERA O DÉFICIT UM CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL E NÃO DESCARTA DEVOLVER O PROJETO. AS INFORMAÇÕES SÃO DA REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) Ao receber a proposta orçamentária de 2016, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, considerou grave o déficit de R$ 30,5 bilhões. Mas afirmou que pela primeira vez o governo foi realista com os números da economia. Ele voltou a se posicionar contrariamente ao aumento ou à criação de impostos para cobrir o rombo.
(Renan Calheiros) Pelo menos, é um orçamento mais verdadeiro e realista. O aumento de imposto não pode ser caminho único. Primeiro é preciso cortar despesas e melhorar a eficiência do gasto público.
(Repórter) O líder da oposição, senador Alvaro Dias, do PSDB do Paraná, antecipou que o Congresso Nacional não cederá à pressão do governo para cobrir o déficit com a volta da CPMF, por exemplo.
(Alvaro Dias) O Congresso não pode fazer um milagre de colocar recursos no cofre da União. O que o governo quer é transferir responsabilidade fazendo com que o Congresso aumente a carga tributária esmagando ainda mais o povo brasileiro.
(Repórter) O senador Jorge Viana, do PT do Acre, lembrou que 90,5% dos recursos do Orçamento têm destinação definida, como pagamento de aposentadorias e de salários. Ele admitiu que a tarefa será difícil.
(Jorge Viana) Ou a gente diminui despesa para enfrentar a situação ou aumentamos a arrecadação. Acho que essa fórmula de enfrentar dificuldade aumentando arrecadação com impostos se exauriu.
(Repórter) O presidente do Democratas, senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, avalia que a presidente Dilma Rousseff cometeu o crime de responsabilidade ao apresentar um orçamento com gastos maiores do que as receitas.
(José Agripino) De repente, entregaram uma bomba para o Congresso desarmar. É aí que entra o crime de afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal.
(Repórter) O Orçamento será debatido primeiro pela Comissão Mista para ser então votado pelo Plenário do Congresso Nacional.
