Senadores discutem com especialistas propostas da reforma política — Rádio Senado

Senadores discutem com especialistas propostas da reforma política

LOC: OS SENADORES DISCUTIRAM NESTA TERÇA-FEIRA COM ESPECIALISTAS AS PROPOSTAS DA CHAMADA REFORMA POLÍTICA. 

LOC: ENTRE OUTROS PONTOS, OS CONVIDADOS E OS PARLAMENTARES CRITICARAM O EXCESSO DE PARTIDOS E DEFENDERAM LIMITES PARA AS DOAÇÕES E OS GASTOS COM AS CAMPANHAS POLÍTICAS. REPÓRTER GEORGE CARDIM. 

TÉC: Os senadores e especialistas convidados para discutir a Reforma Política defenderam mudanças nas atuais regras eleitorais e partidárias, principalmente no financiamento das campanhas. O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, disse que a escolha dos deputados pelo sistema proporcional frauda o resultado das urnas, pois nem sempre é eleito o candidato mais votado. Renan qualificou de inviável o financiamento público de campanhas mas defendeu a criação de um limite para as doações de empresas e pessoas físicas. 

(Renan) O financiamento de campanhas políticas tem que mudar. O atual além de promíscuo desperta a eterna suspeita e uma névoa indissipável de desconfiança nacional. È uma resposta para conferir mais transparência para todo o processo eleitoral.

(REPÓRTER) O cientista político Murilo Aragão argumentou que cabe ao Congresso Nacional estabelecer um teto para os gastos nas disputas eleitorais. Ele ainda afirmou que o sistema político brasileiro tem graves distorções, entre elas o excesso de partidos, com mais de 30 legendas em funcionamento. 

(Murilo) Existe quase com honrosas exceções um total descomprometimento com ideais e programas. Não é nada bom. Senhores e senhoras, precisamos de partidos de verdade, não precisamos de mais partidos. 

(REPÓRTER) No mesmo sentido, o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, lembrou que as doações estão concentradas nas mãos de poucas empresas, que bancam as campanhas de acordo com seus interesses estratégicos. Já o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes lembrou que diversos assuntos polêmicos da chamada Reforma Política passaram pelo STF, como a criação de partidos. Mas defendeu que o Congresso mude a legislação para impedir o crescimento dos custos das campanhas. 

(Gilmar) Um tema que não pode ser olvidado, que é o custo da campanha. Certamente temos que discutir isso. Mas tem que se pensar em alguma coisa neste modelo, afetando os custos. Acho que e ste talvez seja devidamente contemplado, mas claro por quem tem legitimidade para fazê-lo, que é o Congresso Nacional. 

(REPÓRTER) O senador Jorge Viana, do PT do Acre, criticou a influência do poder econômico nas eleições e apresentou um projeto que impede a doação por empresas. O texto estabelece um teto de 10 mil reais para as doações individuais. Já o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, defendeu o financiamento público de campanhas, que deve ser analisado pelo plenário do Senado. Renan Calheiros voltou a lembrar que a Reforma Política está em debate há mais de 12 anos no Congresso Nacional e diversos projetos estão prontos para ser votados pelos senadores a partir de março.
24/02/2015, 02h21 - ATUALIZADO EM 24/02/2015, 02h21
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