Ministro da Fazenda descarta repasse de verbas para socorrer setor elétrico — Rádio Senado

Ministro da Fazenda descarta repasse de verbas para socorrer setor elétrico

LOC: O MINISTRO DA FAZENDA, JOAQUIM LEVY, DESCARTOU O REPASSE DE VERBAS DO TESOURO PARA SOCORRER O SETOR ELÉTRICO. 

LOC: COM ISSO, QUEM DEVE PAGAR A CONTA É O CONSUMIDOR, QUE TERÁ QUE ARCAR COM A LUZ MAIS CARA EM 2015. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: Neste ano, a conta de luz deve sofrer aumentos maiores que os registrados em 2014, que passaram de 30%. Isso porque o governo federal decidiu não repassar para o setor elétrico os recursos da Conta de Desenvolvimento Econômico, um fundo para custear subsídios à produção de energia, que teriam nove bilhões de reais disponíveis em 2015. De acordo com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, os gastos serão pagos pelos consumidores, o que significa que eles serão repassados para a conta de luz. O senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, alertou na última reunião da Comissão de Infraestrutura que as operadoras acumulavam prejuízos e que as tarifas teriam que ser aumentadas para cobrir esse rombo. 

(Fernando Collor) A conta da crise já ultrapassa R$100 bilhões desde 2012. Indenizações às empresas que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões, gastos com o acionamento intensivo das usinas térmicas e a sequência de socorros financeiros às distribuidoras estão na fatura. 

(Repórter) O uso acentuado de usinas térmicas acontece em cenários de pouca chuva e baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Para poupar a água das represas, são acionadas as usinas movidas a combustíveis fósseis, o que encarece a energia. O impacto da decisão do governo nas contas de luz anda será estudado, mas a expectativa é que ele seja alto. Collor lembra que a estimativa para cobrir os gastos só deste ano é de um reajuste de quase 40%. 

(Fernando Collor) O Centro Brasileiro de Infraestrutura estima em R$ 35 bilhões o tamanho do rombo no setor elétrico em 2015. Isso significa um aumento de tarifa de cerca de 39%, fora a inflação. Se o Tesouro colocar R$9 bilhões, o aumento de tarifa cai para 29%. 

(Repórter) O cálculo do valor necessário será feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Além dos reajustes anuais, a Aneel pode fazer as chamadas Revisões Tarifárias Extraordinárias, para compensar aumentos repentinos no custo de produção de energia.
14/01/2015, 05h02 - ATUALIZADO EM 14/01/2015, 05h02
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