Desde a transferência da capital, 11 presidentes tomaram posse em Brasília — Rádio Senado

Desde a transferência da capital, 11 presidentes tomaram posse em Brasília

DE JÂNIO QUADROS A DILMA ROUSSEFF, ONZE PRESIDENTES DA REPÚBLICA ELEITOS DIRETA OU INDIRETAMENTE FIZERAM O DISCURSO DE POSSE NO CONGRESSO NACIONAL, EM BRASÍLIA. 

NESTES MAIS DE 50 ANOS, OS PRESIDENTES ASSUMIRAM, NO PRIMEIRO PRONUNCIAMENTO DO MANDATO, COMPROMISSOS COMO: PACIFICAÇÃO DE CONFLITOS, RESTABELECIMENTO DA DEMOCRACIA, COMBATE À INFLAÇÃO E MEDIDAS CONTRA A FOME. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

(Repórter) Jânio da Silva Quadros foi o primeiro presidente da República a tomar posse em Brasília. A cerimônia ocorreu em 31 de janeiro de 1961 no Palácio do Congresso Nacional, inaugurado junto com a nova capital, em abril de 1960. No discurso de posse, Jânio exaltou a vitória de um candidato de oposição ao presidente Juscelino Kubitscheck nas eleições presidenciais de outubro de 1960. Depois de falar à Nação, Jânio Quadros atravessou a Praça dos Três Poderes e, no Palácio do Planalto, recebeu, de JK, a faixa presidencial: 

(Jânio Quadros) Senhor presidente, recebo neste instante de vossas mãos a faixa simbólica do governo de nossa Pátria. Recebo-a com profunda emoção porque tenho consciência do verdadeiro sentido implícito na singeleza desta cerimônia. 

(Repórter) O primeiro governo iniciado em Brasília durou menos de sete meses. A renúncia de Jânio Quadros, no final de agosto de 1961, abriu uma crise política por causa da resistência dos militares ao vice, João Goulart. Jango, como era conhecido, só pôde assumir a Presidência em 7 de setembro, depois que o Congresso aprovou o Parlamentarismo. E no discurso de posse, o novo presidente, com poderes reduzidos, tentou acalmar os ânimos: 

(João Goulart) Sabem os partidos políticos, sabem os parlamentares, sabem todos que, inclusive por temperamento, inclino-me mais a unir do que a dividir; prefiro pacificar a acirrar ódios; prefiro harmonizar a estimular ressentimentos. 

(Repórter) Jango foi derrubado pelos militares em abril de 1964. Duas semanas mais tarde, o marechal Humberto Castello Branco assumiu a Presidência da República após ser eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. No discurso de posse, uma promessa: entregar a faixa para um presidente civil dali a menos de dois anos: 

(Humberto Castello Branco) Meu procedimento será o de um chefe de Estado sem tergiversações no processo para a eleição do brasileiro a quem entregarei o cargo a 31 de janeiro de 1966. 

(Repórter) Ao contrário do que prometera, Castello Branco foi sucedido por quatro presidentes militares – todos eleitos indiretamente: Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. O primeiro presidente civil depois do período militar foi José Sarney, que não fez discurso ao tomar posse no Congresso, em março de 1985. O pronunciamento deveria ter sido feito por Tancredo Neves, eleito indiretamente em janeiro daquele ano e internado na véspera de assumir o mandato. O Congresso só foi palco de um discurso de posse de um presidente eleito pelo voto direto em março de 1990. Fernando Collor prometeu não dar tréguas à inflação, que batia na casa dos dois mil por cento ao ano: 

(Fernando Collor) A meta número um de meu primeiro ano de gestão não é conter a inflação; é liquidá-la. Minha Presidência jogará tudo na vitória contra este câncer social, esse obstáculo intolerável à retomada decisiva do nosso desenvolvimento econômico e humano. Outros já se propuseram lutar contra a inflação, mas fizeram desse combate um objetivo condicional. Comigo não
30/12/2014, 09h05 - ATUALIZADO EM 30/12/2014, 09h05
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