Poza reafirma que empresas de doleiro podem ter sido usadas para lavar dinheiro — Rádio Senado

Poza reafirma que empresas de doleiro podem ter sido usadas para lavar dinheiro

LOC: EX-CONTADORA DE DOLEIRO REAFIRMA QUE EMPRESAS DELE PODEM TER SIDO USADAS PARA LAVAGEM DE DINHEIRO DA PETROBRAS. 

LOC: EM RESPOSTA À DENÚNCIA DE MEIRE POZA SOBRE MENSALÃO, O LÍDER DO PT DEFENDEU QUE A CPI INVESTIGUE O CASO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

TÉC: Em depoimento à CPI Mista da Petrobras, Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, reafirmou que as empresas dele emitiram notas fiscais frias para empreiteiras contratadas pela Petrobras. Mas declarou não ter detalhes sobre o esquema da Petrobras porque os negócios eram tratados diretamente por Youssef por meio das empresas GFD e MO Consultoria de Waldomiro de Oliveira, sócio dele. 

(Meire) Os contratos eram feitos entre a GFD e essas empresas. O que existia é que em alguns dos contratos, eles citavam obras em plataformas de petróleo. Mas não existia nesses contratos nenhuma referência a obras específicas. 

REPÓRTER: Ela confirmou o envolvimento dos deputados Luiz Argôlo, do Solidariedade da Bahia, e André Vargas, ex-PT do Paraná, e do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, com o doleiro. Meire Poza disse ainda que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ganhou um carro de luxo do doleiro. Ao ser questionada sobre a ligação do escândalo da Petrobras com o mensalão, Meire Poza disse que buscou na casa de um jornalista ligado ao ex-ministro José Dirceu a quantia de R$ 45 mil para o corretor Enivaldo Quadrado, que trabalhava para Youssef. Segundo ela, esse dinheiro foi repassado pelo PT para pagar a multa a que Enivaldo foi condenado no julgamento do mensalão. O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, defendeu que a denúncia seja investigada. 

(H.costa) A CPI com toda certeza vai procurar se informar se isso é fato, porque isso aconteceu e se de fato isso aconteceu. Acho que é a única coisa nova que o depoimento dela traz. 

REPÓRTER: Após o depoimento, o relator da CPI, deputado Marco Maia, do PT gaúcho, considerou que Meire Poza passou da condição de testemunha para investigada, já que confessou ter emitido notas fiscais frias da empresa dela no valor de R$ 7 milhões para o esquema de Youssef. Ela também revelou ter feito pagamentos e recebido uma parte da propina.
08/10/2014, 05h11 - ATUALIZADO EM 08/10/2014, 05h11
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