CE vai debater o acordo ortográfico com escritores, professores e linguistas — Rádio Senado

CE vai debater o acordo ortográfico com escritores, professores e linguistas

LOC: O ACORDO ORTOGRÁFICO VAI SER FOCO DE UMA SÉRIE DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO, COM A PRESENÇA DE PROFESSORES, ESCRITORES E LINGUISTAS.

LOC: OS SENADORES REAFIRMARAM, NO ENTANTO, QUE NÃO PRETENDEM ALTERAR A LÍNGUA PORTUGUESA, APENAS DISCUTIR A IMPLANTAÇÃO DO TRATADO INTERNACIONAL. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado pelos países integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial em 1990 e entrou em vigor em 2009. No entanto, o fim do período de transição, em que o uso da nova ortografia ainda é opcional, vem sendo prorrogado por falta de consenso sobre as novas regras. Para valer em definitivo, o tratado precisa ser ratificado pelos nove países que integram a CPLP. O presidente e a vice-presidente da Comissão de Educação, Cyro Miranda e Ana Amélia, recomendaram um ciclo de debates sobre o acordo, com a presença de especialistas. Mas a senadora do PP do Rio Grande do Sul rebateu críticas recentes aos debates, reafirmando que o Senado não discute uma nova reforma, apenas a implantação do acordo que já existe. 

(Ana Amélia) O que nos cabe é que este acordo seja fruto de um consenso máximo possível entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, envolvendo os professores, os escritores e os governos. Porque aí envolve questões diplomáticas, questões políticas dos congressos desses países. Envolve os conteúdos que serão definidos por quem opera e maneja a Língua Portuguesa, que são esses agentes, não nós. Não examinamos conteúdo. 

(Repórter) Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, lembrou que a comissão já fez duas audiências sobre o acordo, mas que participantes importantes como a Academia Brasileira de Letras e os professores ainda não foram ouvidos. Ele disse ainda que o papel da comissão nesse debate foi distorcido no noticiário. 

(Cyro Miranda) Pegaram carona nessa história e começaram a falar que seria bom tirar o "h" do "homem", o "x" de não sei o quê... Isso não é nossa matéria e muito menos a nossa intenção. Nós temos que ter a consciência que uma reforma ortográfica que entra em vigência no 1º de janeiro de 2016 vai prejudicar aqueles alunos que estão prestando vestibular. As editoras, que nós temos que ter responsabilidade para com elas. Temos que ouvi-las. 

(Repórter) O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, apoiou o pedido, lembrando as reformas passadas e grafias antigas como a palavra farmácia iniciada com "ph". Ele acredita que a transformação da língua é natural e que não há razão para ser contra ao menos ouvir as diferentes opiniões.
02/09/2014, 05h19 - ATUALIZADO EM 02/09/2014, 05h19
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