CDH debate o uso medicinal da maconha
LOC: O USO MEDICINAL DA MACONHA FOI DISCUTIDO NESTA SEGUNDA-FEIRA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DO SENADO, QUE RETOMOU A SÉRIE DE DEBATES SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DA DROGA.
LOC: O TEMA ENTROU NA PAUTA DE DISCUSSÕES NA COMISSÃO DO SENADO APÓS ENVIO DE UMA SUGESTÃO POPULAR COM 20 MIL ASSINATURAS. REPÓRTER NARA FERREIRA:
(Repórter) A sugestão é que seja regulamentado o uso medicinal, recreativo e industrial da maconha. A comissão aguarda relatório do senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal. Mas, antes de decidir se vai ou não apresentar um projeto de lei, o senador quer ouvir a sociedade.
(Cristovam Buarque) Esse é um assunto importante a ser debatido - tanto é que está dando tanta atenção, tanta gente querendo e não querendo a regulamentação. Mas todos querendo debater. Jogar o problema da droga para debaixo do tapete no Brasil, ignorar que ele existe, é um suicídio nacional, e eu diria até que humanitário.
(Repórter) O neurocientista Renato Lopes, da Universidade de Brasília, defendeu o uso medicinal de forma consciente.
(Renato Lopes) Até 1937 não havia nada de chocante em as pessoas buscarem alívio em diversos males, inclusive era usado para tratar delirius tremens, que é a síndrome de abstinência do abuso de álcool. Mas também epilepsia, dores severas, dores nevrálgicas... Raríssimas são as crianças que têm a oportunidade de sobreviver como as crianças que tiveram acesso ao uso do óleo de cannabis.
(Repórter) Nara Santos, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, destacou que a abordagem da saúde ganha mais espaço nas discussões sobre as drogas no mundo
(Nara Santos) Uma preocupação dos países com relação ainda à existência de uma lacuna importante na disponibilidade de drogas sob controle internacional para o uso medicinal e científico, em especial aquelas que podem representar um alívio para a dor ou serem utilizadas em cuidados paliativos.
(Repórter) Luciana Bezerra, representando um grupo de mães e pais pró-canabidiol, descreveu como o uso do derivado da maconha tem melhorado a saúde do filho Vitor, de 21 anos, que tem epilepsia:
(Luciana Bezerra) Enxergo melhoras de Vitor sim, está mais atento e presente na nossa vida. As convulsões mesmo tomando uma dose pequena do óleo, ainda não é extrato que é ideal, que a gente não conseguiu importar, ele está diminuindo as crises e sua intensidade.
(Repórter) Já o senador Fleury, do Democratas de Goiás, disse que a liberação seria um passo para destruir o país.
(Fleury) Se maconha fosse bom, nós não estaríamos discutindo isso aqui. Se querem legalizar uma droga, deve-se procurar outros meios, não essa forjada tentada de convencimento de tratamento de saúde.
(Repórter) Cristovam Buarque admitiu a possibilidade de separar o tema em dois: uso recreativo e medicinal da maconha.
LOC: O TEMA ENTROU NA PAUTA DE DISCUSSÕES NA COMISSÃO DO SENADO APÓS ENVIO DE UMA SUGESTÃO POPULAR COM 20 MIL ASSINATURAS. REPÓRTER NARA FERREIRA:
(Repórter) A sugestão é que seja regulamentado o uso medicinal, recreativo e industrial da maconha. A comissão aguarda relatório do senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal. Mas, antes de decidir se vai ou não apresentar um projeto de lei, o senador quer ouvir a sociedade.
(Cristovam Buarque) Esse é um assunto importante a ser debatido - tanto é que está dando tanta atenção, tanta gente querendo e não querendo a regulamentação. Mas todos querendo debater. Jogar o problema da droga para debaixo do tapete no Brasil, ignorar que ele existe, é um suicídio nacional, e eu diria até que humanitário.
(Repórter) O neurocientista Renato Lopes, da Universidade de Brasília, defendeu o uso medicinal de forma consciente.
(Renato Lopes) Até 1937 não havia nada de chocante em as pessoas buscarem alívio em diversos males, inclusive era usado para tratar delirius tremens, que é a síndrome de abstinência do abuso de álcool. Mas também epilepsia, dores severas, dores nevrálgicas... Raríssimas são as crianças que têm a oportunidade de sobreviver como as crianças que tiveram acesso ao uso do óleo de cannabis.
(Repórter) Nara Santos, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, destacou que a abordagem da saúde ganha mais espaço nas discussões sobre as drogas no mundo
(Nara Santos) Uma preocupação dos países com relação ainda à existência de uma lacuna importante na disponibilidade de drogas sob controle internacional para o uso medicinal e científico, em especial aquelas que podem representar um alívio para a dor ou serem utilizadas em cuidados paliativos.
(Repórter) Luciana Bezerra, representando um grupo de mães e pais pró-canabidiol, descreveu como o uso do derivado da maconha tem melhorado a saúde do filho Vitor, de 21 anos, que tem epilepsia:
(Luciana Bezerra) Enxergo melhoras de Vitor sim, está mais atento e presente na nossa vida. As convulsões mesmo tomando uma dose pequena do óleo, ainda não é extrato que é ideal, que a gente não conseguiu importar, ele está diminuindo as crises e sua intensidade.
(Repórter) Já o senador Fleury, do Democratas de Goiás, disse que a liberação seria um passo para destruir o país.
(Fleury) Se maconha fosse bom, nós não estaríamos discutindo isso aqui. Se querem legalizar uma droga, deve-se procurar outros meios, não essa forjada tentada de convencimento de tratamento de saúde.
(Repórter) Cristovam Buarque admitiu a possibilidade de separar o tema em dois: uso recreativo e medicinal da maconha.