CDH discute legalização da maconha para uso medicinal e recreativo — Rádio Senado

CDH discute legalização da maconha para uso medicinal e recreativo

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA VOLTOU A DISCUTIR NESTA SEGUNDA-FEIRA A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA PARA USO MEDICINAL E RECREATIVO. 

LOC: O SENADOR CRISTOVAM BUARQUE, DO PDT DO DISTRITO FEDERAL, PRESIDIU O DEBATE. ELE É O RELATOR DE UMA PROPOSTA DE INICIATIVA POPULAR QUE PEDE A REGULAMENTAÇÃO DO USO DA MACONHA NO PAÍS. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER NARA FERREIRA: 

TÉC: A liberação do uso recreativo ou medicinal da maconha foi proposta por um cidadão no portal e-cidadania, do Senado, e alcançou as 20 mil assinaturas necessárias para ser analisada na Comissão de Direitos Humanos, como sugestão de projeto de lei. O relator será Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal: 

(CRISTOVAM) O que nós estamos fazendo aqui, é debater muito preliminarmente um assunto que a população quer debater. Recebi muitos emails criticando. Quero dizer o seguinte, se tem um problema sério nesse país é a droga. E fechar os olhos para esse problema é um crime contra a Humanidade. 

(REPÓRTER) Para Cristovam, o país está perdendo a guerra contra as drogas, e é necessário estudar um novo caminho. 

(CRITOVAM) Como está ai, o proibitismo, se diz,  fracassou, temos que procurar outro caminho para enfrentar. Ou regulamentando, não para permitir o uso, mas para resolver o problema. Ou criando novos mecanismos que sem regulamentar façam com que a gente consiga ganhar a guerra. 

(REPÓRTER) Níveo Nascimento, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, disse que não é possível afirmar que uma eventual regulação do uso da maconha reduzirá o crime organizado. Ele destacou que a produção, o tráfico e o consumo de maconha se inserem num mercado de crimes transnacionais 

(NIVEO) Uma eventual legalização da cannabis teria efeitos imprevisíveis nas dinâmicas do crime, além de fazer com queo foco da atuação das quadrilhas migrasse para outras atividades ilícitas. 

(REPÓRTER) O Coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, acredita que a regulamentação do uso da maconha poderia diminuir os índices de violência no país, que são alimentados pelo narcotráfico. 

(JORGE) A premissa atual é: preciso afastar as drogas dos jovens. Mas por que não paramos para pensar no seguinte, é preciso afastar os jovens das drogas...foi o que fiz com meus filhos. A pretensão de afastar as drogas dos jovens é a que está na mesa, e essa é inviável, é impossível. 

(REPÓRTER) Ele citou o Mapa da Violência 2014, segundo o qual 554 mil pessoas morreram no Brasil vitimas de homicídio – número maior do que o de mortos em conflitos armados registrados no mundo.
11/08/2014, 01h32 - ATUALIZADO EM 11/08/2014, 01h32
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