Congresso aprova devolução do mandato ao ex-presidente João Goulart — Rádio Senado

Congresso aprova devolução do mandato ao ex-presidente João Goulart

LOC: O CONGRESSO NACIONAL APROVOU O PROJETO QUE DEVOLVE O MANDATO DO EX-PRESIDENTE JOÃO GOULART. 

LOC: O FILHO DE JANGO DECLAROU QUE O LEGISLATIVO CORRIGIU UMA MANCHA DA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN:  

(Repórter) O projeto dos senadores Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, e Pedro Simon, do PMDB gaúcho, anula a sessão do Congresso Nacional do dia primeiro de abril de 1964, quando foi declarado vago o cargo de presidente da República ocupado por João Goulart. Os senadores destacaram que Jango foi vítima da ditadura militar, que, iniciada naquele ano, só terminaria em 1985. Randolfe Rodrigues avalia que a aprovação do projeto é mais do que um gesto político. 

(Randolfe Rodrigues)  É a reabilitação da memória de alguém que foi fundamental para a história do Brasil e que não teve sequer o direito, de quando morreu, ter a bandeira nacional baixada a meio mastro como chefe de Estado. É a restauração da memória nacional. Por isso, para o Brasil, para a memória, para a história e para as gerações que virão, é um dia histórico. REP: Em resposta ao deputado Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro, que negou a existência do golpe e da ditadura militar, o senador Pedro Simon afirmou que o projeto não é um ato de revanchismo. 

(Pedro Simon) Aquela sessão foi ridícula, foi estúpida, foi imoral. E o que nós queremos agora é reconstruir a vontade do Brasil, a verdade para o povo Brasileiro, apenas isso, nós não temos desejo nem de vingança, nem de ódio, nem de mágoa. Nós não temos nada disso.  

(Repórter) O filho de Jango, João Vicente Goulart, considerou que o Senado corrigiu um erro histórico. 

(João Vicente Goulart) Essa atitude de uma Casa Democrática legitimou um golpe de Estado. Claro que para nós da família é um orgulho tantos anos depois vermos que a história está sendo recontada e recomposta. Mas para o Senado é uma atitude que vai limpar essa mancha que pesa sobre a Casa. 

(Repórter) Os restos mortais de Jango estão no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal em Brasília, onde serão analisados por peritos estrangeiros para identificar a causa da morte do ex-presidente. Oficialmente, João Goulart faleceu no exílio em 1976 de problemas cardíacos. Mas a família desconfia de envenenamento por parte dos militares.
21/11/2013, 11h38 - ATUALIZADO EM 21/11/2013, 11h38
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