CDH quer regulamentar o setor de cruzeiros marítimos — Rádio Senado

CDH quer regulamentar o setor de cruzeiros marítimos

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS QUER REGULAMENTAR O SETOR DE CRUZEIROS MARÍTIMOS. 

LOC: MAUS TRATOS A PASSAGEIROS E TRABALHADORES SÃO COMUNS, SEGUNDO INFORMAÇÕES REPASSADAS AO COLEGIADO. OS DETALHES NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA.  

TEC: Jornadas de trabalho sem limites aos tripulantes, tráfico generalizado de drogas, desrespeito às leis trabalhistas, práticas constantes de assédio moral e de outros tipos e até mesmo maus-tratos, explícitos e implícitos, aos turistas que muitas vezes pagam caro pelos pacotes em alto-mar. Este foi o quadro desenhado por ex-trabalhadores e parentes de vítimas de cruzeiros durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Um exemplo partiu de Rosângela Bandeira, mãe de Camila Peixoto, ex-bartender de um navio da empresa "MSC" que morreu a bordo em 2010. Segundo investigações da Polícia Federal, Camila teria sido assassinada por Bruno Sousa, garçom da embarcação e que, de acordo com a família da jovem, teria envolvimento com o tráfico. De acordo com a mãe de Camila, a menina era um arquivo-vivo. 

(ROSANGELA BANDEIRA): As artimanhas usadas por estes armadores, eles apresentam tudo em outra língua, uma documentação monstruosa, sempre ganhando tempo. Pedem que tudo seja traduzido e a coisa vai protelando, protelando, protelando. Estes navios tem de tudo, drogas é o souvenir, é o básico.

(REP): Segundo números apresentados pela ONG OVC, Organização de Vítimas de Cruzeiros, nos últimos 10 anos 196 pessoas morreram a bordo durante esses passeios, e outras 48.578 tiveram problemas de saúde devido às condições alimentares e de higiene. A reunião foi presidida pelo senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que apresentou um projeto regulamentando o setor. 

(PAULO PAIM): O que poucos sabem é que esta atividade não possui regulamentação devida. Não existe salvaguarda jurídica nem para tripulantes nem para passageiros. Por isto as empresas armadoras acabam impunes em relação aos crimes e violações de direitos cometidos dentro dos navios. 

(REP): A proposta de Paim regula as relações trabalhistas, estabelece a fiscalização sobre os serviços e prevê assistência médica aos clientes, dentre diversos outros pontos.
07/10/2013, 01h31 - ATUALIZADO EM 07/10/2013, 01h31
Duração de áudio: 02:13
Ao vivo
00:0000:00