Especialistas admitem que faltam recursos para ações antiespionagem — Rádio Senado

Especialistas admitem que faltam recursos para ações antiespionagem

LOC: EM AUDIÊNCIA NA CPI DA ESPIONAGEM, ESPECIALISTAS ADMITEM QUE O BRASIL NÃO ESTÁ PREPARADO PARA ENFRENTAR A GUERRA CIBERNÉTICA. 

LOC: O JORNALISTA QUE PUBLICOU DENÚNCIAS CONTRA O ESQUEMA DOS ESTADOS UNIDOS PRESTARÁ DEPOIMENTO NA PRÓXIMA SEMANA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN: 

TÉC: O representante do Centro de Defesa Cibernética do Exército, Samuel da Cruz Júnior, admitiu falta de recursos ao citar que o Ministério da Defesa reserva R$ 400 milhões, metade do necessário, para ações antiespionagem. O general destacou que apesar de algumas iniciativas do governo, o avanço da tecnologia não garante um sistema de segurança inviolável. 

(General) Temos que avançar muito mais para considerarmos que um dia estaremos seguros. Se bem que essa é uma utopia. O assunto é muito complexo. Podemos mitigar vulnerabilidades com ferramentas, procedimentos e políticas. Mas sempre teremos uma nova ferramenta possibilitando a espionagem de organizações e países. Mas de qualquer forma, temos ferramentas que têm se mostrado eficazes. 

REPÓRTER: Já o professor da Universidade de Brasília, Pedro Rezende, questionou o esvaziamento da Telebrás e a falta de políticas voltadas para a proteção dos dados e o desenvolvimento de tecnologias nacionais. Ele defendeu a criação de uma agência reguladora. 

(Prof) Está todo mundo querendo consertar um carro andando, ninguém sabe exatamente como fazer isso. O que esse momento nos alerta é que estamos despreparados para o cenário geo-político que está se formando agora comparado às dimensões do Brasil. O Brasil tem 99% das reservas de nióbio, minério estratégico na era aeroespacial, no entanto, não tem controle nenhum sobre produção, política de preço, concessão. Mesma coisa com as telecomunicações, mesma coisa com o pré-sal. 

REPÓRTER: O relator da CPI, senador Ricardo Ferraço do PMDB do Espírito Santo, afirmou que as sugestões dos convidados serão levadas em conta. 

(Ferraço) O quanto precisamos caminhar, o quanto precisamos investir e nos organizar na prática para que o nosso País possa se preparar para esse dado da vida real que é o mundo da espionagem cibernética. O fundamental é que nosso país possa olhar para o mundo e observar com clareza o que os outros países estão fazendo de modo a proteger o sigilo das pessoas e das informações que são estratégicas para o estado brasileiro. 

REPÓRTER: Na próxima semana, a CPI vai ouvir o jornalista Glen Greenwald, que publicou as denúncias do ex-agente Edward Snowden de espionagem dos Estados Unidos.
02/10/2013, 07h20 - ATUALIZADO EM 02/10/2013, 07h20
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