Líderes divergem sobre discurso de Dilma na ONU — Rádio Senado

Líderes divergem sobre discurso de Dilma na ONU

LOC: LÍDERES NO SENADO DIVERGEM SOBRE O DISCURSO DE DILMA ROUSSEFF NA ABERTURA DA ASSEMBLÉIA-GERAL DA ONU. 

LOC: A PRESIDENTE CONDENOU A ESPIONAGEM AMERICANA E DISSE QUE O BRASIL VAI APRESENTAR UMA PROPOSTA DE GERÊNCIA MULTILATERAL SOBRE A INTERNET. REPÓRTER SERGIO VIEIRA. 

TEC: Foram 23 minutos no plenário da ONU em Nova Iorque, em que a presidente Dilma Rousseff abriu os trabalhos da Assembléia-Geral com críticas ao que vê como ingerência indevida dos Estados Unidos, por meio da espionagem eletrônica e de telecomunicações, sobre assuntos internos de outros países, inclusive de aliados como o Brasil. A presidente também conclamou as Nações Unidas a liderar um processo de regulação multilateral sobre a Rede Mundial de Computadores, e revelou que o Brasil irá apresentar uma proposta já consolidada com este objetivo. Mas, para o senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, líder do Democratas, Dilma falou muito mais para o público interno do que para o externo, tanto em seu pronunciamento quanto ao cancelar a viagem já agendada que faria em outubro aos Estados Unidos. 

(JOSE AGRIPINO): Ela tinha que falar sobre a bisbilhotice e a espionagem americana, que é um ato absolutamente reprovável. O que não está certo é usar este assunto como marketing político. Ela negociou a ida dela e o adiamento da visita de Estado quando ela deveria ter dito, "está encerrada ou não está encerrada". E não dizer uma coisa pra dentro do país e negociar com os Estados Unidos uma outra coisa. Fica uma coisa falsa para o país. 

(REP): Já o líder do PT, senador Wellington Dias, do Piauí, elogiou as posições assumidas pela presidente. 

(WELLINGTON DIAS): Eu acho que ela fez um discurso corajoso, trazendo para o Conselho uma pauta que não é comum, uma pauta nova, uma pauta da espionagem da qual foram vítimas diversos países, diversos líderes do setor público e do setor privado no mundo inteiro. E mais do que isto, com uma proposta concreta. 

(REP): Outros senadores também se manifestaram em plenário sobre o discurso da presidente na Onu. Jarbas Vasconcellos, do PMDB de Pernambuco, acredita que hoje o PT vem influenciando mais os rumos da política externa brasileira do que o próprio Itamaraty. Já Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, elogiou Dilma e o ex-presidente Lula por considerar que eles fortaleceram a soberania nacional nos últimos 10 anos. Na mesma linha, Vanessa Graziottin, do Amazonas, vice-líder do PC do B e presidente da "CPI da Espionagem", destacou que o Brasil não pode jamais ver a ingerência dos Estados Unidos como algo natural.
25/09/2013, 01h10 - ATUALIZADO EM 25/09/2013, 01h10
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