Senadores divergem sobre demissão de ministro de Relações Exteriores — Rádio Senado

Senadores divergem sobre demissão de ministro de Relações Exteriores

LOC: SENADORES DIVERGEM SOBRE DEMISSÃO DE ANTONIO PATRIOTA DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES APÓS VINDA DE BOLIVIANO PARA O BRASIL.  

LOC: EM VISITA AO SENADO, A PRESIDENTE DILMA REAFIRMA QUE NÃO AUTORIZOU A ENTRADA DO SENADOR DA BOLÍVIA EM SOLO BRASILEIRO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

TÉC: O vice-presidente do Senado, Romero Jucá, do PMDB de Roraima, considera acertada a saída de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores após a vinda do senador boliviano Roger Molina. Ele foi trazido ao País sem autorização pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia após um ano e meio exilado na embaixada do Brasil na Bolívia. Molina foi condenado por corrupção após ter denunciado ligações do presidente Evo Morales com o tráfico de drogas. Diante da concessão do asilo político ao senador de oposição e a não liberação do salvo conduto pela Bolívia, o embaixador brasileiro fez uma viagem de mais de 20 horas em um carro diplomático com o boliviano. Romero Jucá defendeu a posição do governo brasileiro de não apoiar a iniciativa. 

(Jucá) O governo brasileiro já marcou sua posição. O governo brasileiro não patrocinou a operação de saída do senador. Nas questões diplomáticas, o processo está esclarecido. Vamos ver quais são os desdobramentos e o tipo de encaminhamento a ser dado pelo governo boliviano e como o Brasil vai responder. 

REPÓRTER: O senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, condenou a demissão de Antonio Patriota ao acusar o governo pelo desgaste diplomático, que não cobrou o salvo conduto, que permitiria a saída do boliviano do País. 

(Aécio) O que é lamentável é que não tenha havido por parte do governo brasileiro o empenho necessário para que o asilo temporário em La Paz fosse acompanhado por um salvo conduto. Existia ali uma situação extrema. E foi numa situação extrema no regime nazista que vidas foram salvas. Acredito que o diplomata ajudou a salvar a vida do senador boliviano. 

REPÓRTER: Após participar de uma sessão solene no Senado, a presidente Dilma Rousseff rebateu as críticas sobre as condições de permanência do senador na embaixada brasileira. 

(Dilma) Um governo não negocia vidas, age para proteger a vida. Não estamos em situação de exceção. Não há nenhuma similaridade. Estive no DOI-CODI, eu como é. Asseguro a vocês que é tão distante a embaixada brasileira em La Paz como é distante o céu do inferno. 

REPÓRTER: O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, participou da missão que trouxe para o Brasil o senador boliviano.
28/08/2013, 08h55 - ATUALIZADO EM 28/08/2013, 08h55
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