Brasil está muito atrasado na exploração mineral, apontam especialistas — Rádio Senado

Brasil está muito atrasado na exploração mineral, apontam especialistas

LOC: O BRASIL ESTÁ MUITO ATRASADO NA EXPLORAÇÃO MINERAL E PRECISA DE UM NOVO MARCO NO SETOR PARA SE DESENVOLVER. 

LOC: A OPINIÃO FOI COMPARTILHADA POR DEBATEDORES QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DO SENADO. O REPÓRTER NILO BAIRROS TRAZ OS DETALHES: 

TÉC: Na corrida pelos minérios, o Brasil perde até para seus vizinhos na América do Sul. O país atrai apenas 3% dos investimentos globais e explora menos que o Chile. Nossa produção é de menos de um quilo por quilômetro quadrado. O Canadá, um dos grandes no setor, extrai quase quatro vezes mais. Para o secretário executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira, Onildo João Marini, o problema começa pela falta de conhecimento do potencial mineral: 

(Onildo) Calcula-se que levaremos 50 anos para conhecer o Brasil na Amazônia em escala de reconhecimento e no restante do Brasil em escala de um para 100 mil, que não é o detalhamento adequado. O mapeamento daquelas ares que tem grandes depósito mineral minerais, que ocorrem em áreas tropicais, não temos no Brasil. A Austrália fez o mapeamento de regolito e permitiu a descoberta de uma série de depósitos minerais. Nós bem começamos ainda. 

REPÓRTER: A coordenadora de desenvolvimento tecnológico e inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Tássia de Melo Arraes, lembrou que no fim do século 19 o Brasil era o maior exportador mundial de terras raras, posto hoje ocupado pela China, que responde por mais de 86% dos produtos mundiais feitos a partir desses elementos, fundamentais para a indústria. Outro desafio brasileiro é a cadeia produtiva. O professor de física da Universidade Federal de Sergipe, Mário Ernesto, usou o exemplo das terras raras usadas em componentes eletrônicos para explicar que o país está perdendo tempo e dinheiro: 

(Mário Ernesto) Seria melhor que a gente tivesse dentro do país a cadeia toda, desde a extração até a produção dos materiais intermediários, até o produto final, como a China está fazendo com as terras raras. Daqui a pouco você não vai mais comprar o óxido de terras raras da China, você vai comprar o produto final, você vai comprar o imã, o fósforo que vai pra tela de LCD, que vai pra tela de seus celular, a menos que você produza em outro local. 

REPÓRTER:. Também participou do debate o professor do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental da Universidade de São Paulo, Caetano Juliani, que defendeu uma legislação atraente para o investidor. Essa foi a terceira audiência pública sobre o assunto. De acordo com o presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, o objetivo é ouvir propostas para modernizar, expandir os serviços e dar mais competitividade ao setor.
13/08/2013, 11h30 - ATUALIZADO EM 13/08/2013, 11h30
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