CPI terá capítulo especial para vítimas indígenas, garante relatora — Rádio Senado

CPI terá capítulo especial para vítimas indígenas, garante relatora

LOC: CPI DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER TERÁ UM CAPÍTULO ESPECIAL PARA AS VÍTIMAS INDÍGENAS.  

LOC: A GARANTIA É DA RELATORA DA COMISSÃO, SENADORA ANA RITA, QUE OUVIU NESTA TERÇA-FEIRA LIDERANÇAS DE ETNIAS EM MATO GROSSO DO SUL. O REPÓRTER NILO BAIRROS ACOMPANHOU A AUDIÊNCIA. 

TÉC: Mato Grosso do Sul abriga uma das maiores populações indígenas do país e é grande a incidência de mulheres vítimas de violência nas aldeias. As drogas, principalmente o álcool, e o tráfico de pessoas, além da prostituição, estão entre os fatores de violência. Mas as mulheres enfrentam mais dificuldades na hora de denunciar e combater as agressões. A líder terena Alicindia Tenório, da aldeia urbana de Água Bonita, é vítima de agressão e reclama da falta de apoio do Poder Público. Ela acredita que a presença da CPMI pode ajudar a reverter a situação. 

(Cacique Terena) Eu não concordo com essa violência. Uma violência que leva à morte e afeta o psicológico da mulher indígena. Eu quero um basta nessa violência. E outra: na governadoria da mulher, tá lá a mulher negra. Cadê o espaço da mulher indígena? Cadê o Estado pra colocar nós lá? Nós quer que saia do papel e vai pra prática. Dentro das delegacias que tem clientela. Campo Grande, da minha etnia, que tem aqui, Campo Grande, Aquidauana, Miranda, pôr um intérprete indígena lá dentro da delegacia, aí é pra mulher pegar mais segurança, poder denunciar. Eu acredito, sim, que com a chegada de vocês aqui vai fazer a diferença. 

(Rep) Além da falta de intérprete para ajudar as indígenas, um parecer da Procuradoria Geral de Mato Grosso do Sul complica a entrada das policias estaduais nas aldeias, que são áreas da União. Por isso, a senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, que é relatora da CPMI, promete um capítulo especial em seu relatório para sugerir alternativas ao atendimento das mulheres indígenas. 

(Ana Rita) É preciso realmente pensar essa realidade com outro olhar, que é diferente de outras mulheres brasileiras, considerando que elas estão em área da União e que o estado, enquanto governo estadual e governos municipais, tem dificuldade de acessar, porque é uma área da União. Essa situação precisa ser resolvida. 

(Rep) A CPMI encerra sua visita a Mato Grosso do Sul nesta terça-feira, com outra audiência pública na Assembléia Legislativa. E na próxima semana vai ao Amazonas, o décimo quinto e último estado a ser visitado. O relatório da CPMI será apresentado na primeira semana de março.
13/11/2012, 02h21 - ATUALIZADO EM 13/11/2012, 02h21
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