Suplicy defende apuração de crimes praticados durante a ditadura — Rádio Senado

Suplicy defende apuração de crimes praticados durante a ditadura

LOC: EDUARDO SUPLICY DEFENDE A INVESTIGAÇÃO COMPLETA DOS CRIMES PRATICADOS DURANTE A DITADURA.  

LOC: O SENADOR COMENTOU PROCESSO POR SEQUESTRO MOVIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA TORTURADOR. REPÓRTER NILO BAIRROS:  

(Repórter) O Ministério Público Federal de São Paulo denunciou na semana passada o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele vai responder por sequestro qualificado contra o corretor de valores Edgar de Aquino Duarte, crime que teria acontecido em junho de 1971. Ustra foi comandante do DOI-Codi, o Destacamento de Operações Internas, um aparelho repressor da ditadura, na fase mais violenta do regime militar, entre 1970 e 1974. Segundo a denúncia, Aquino Duarte ficou preso ilegalmente no DOI-Codi e no Dops, o Departamento de Ordem Política e Social, até meados de 1973, quando então desapareceu. O senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo, afirmou que os membros do Ministério Público estão cumprindo bem seu papel. Ele classificou como essencial para a memória do país a investigação completa dos crimes cometidos pelo regime militar, e destacou o papel da Comissão da Verdade, que também apura esses casos. 

(Eduardo Suplicy) “É muito importante que se desvendem inteiramente esses episódios, daí a importância da Comissão da Verdade, para que eles nunca mais sejam repetidos em nossa história”. 

(Repórter) Para denunciar o coronel reformado, o Ministério Público levou em conta o testemunho de dezenas de dissidentes políticos que se encontravam presos nesses órgãos da repressão e assistiram à chegada da vítima. O Ministério Público também recolheu documentos que comprovam a detenção do corretor. Junto com Brilhante Ustra foram denunciados o delegado aposentado Alcides Singillo e o delegado Carlos Alberto Augusto. Para os procuradores que assinaram a ação, o crime cometido contra Aquino Duarte não é coberto pela Lei da Anistia, que tratou de crimes políticos cometidos entre 1961 e 1979. Em caso de condenação, os envolvidos podem sofrer pena de dois até oito anos de prisão.
24/10/2012, 05h39 - ATUALIZADO EM 24/10/2012, 05h39
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