Para senadores, eleição mostra perda do foco programático dos partidos — Rádio Senado

Para senadores, eleição mostra perda do foco programático dos partidos

LOC: AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DESTE DOMINGO MOSTRARAM QUE OS PARTIDOS BRASILEIROS PERDERAM O SEU FOCO PROGRAMÁTICO. 

LOC: A AVALIAÇÃO É DOS SENADORES ÁLVARO DIAS E CRISTOVAM BUARQUE, QUE NESTA SEGUNDA-FEIRA CRITICARAM O ATUAL MODELO DE ALIANÇAS PARTIDÁRIAS VIGENTE NO PAÍS. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI.  

(Repórter) Primeiro a levantar o tema na tribuna do Senado, o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, afirmou que ao votar, na cidade de Londrina, não percebeu entre os eleitores o clima de festividade cívica que sempre caracterizou os dias de eleições. Para o líder tucano, isso se deve ao desencanto da população com a política partidária, cujo modelo, segundo ele, está falido. 

(Alvaro Dias) O que vimos foi um festival de incoerência, de contradição, nas alianças estapafúrdias que se apresentaram diante do eleitor, sobretudo com o objetivo de ampliar o tempo no rádio e na televisão para a propaganda eleitoral. Não há proposta, não há programa, não há projeto, o que há é o interesse imediato de se organizar uma estrutura capaz de vencer eleições. 

(Repórter) O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, também considerou que as eleições municipais desse domingo mostraram que os partidos perderam suas ideologias. 

(Cristovam Buarque) Os partidos ficaram sem identidade, sem bandeira, sem propostas, eu fiz campanha para números que eu nunca imaginei fazer. Porque os números perderam a identidade de uma proposta, de uma ideologia, nós transformamos os partidos em siglas eleitorais, não propositivas. Em cada cidade mesmo as alianças dessa eleição eram diferentes das alianças de quatro anos atrás. E lamento dizer, mas provavelmente diferentes daquelas de daqui a quatro anos no futuro. 

(Repórter) Cristovam Buarque afirmou ainda que a situação exige a aprovação de uma reforma política efetiva, para modificar pontos como o financiamento de campanhas. Para ele, o modelo atual deixa os políticos eleitos reféns daqueles que bancaram suas candidaturas.
08/10/2012, 07h28 - ATUALIZADO EM 08/10/2012, 07h28
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