Jorge Viana diz que atualização do Código pode ajudar a reduzir violência — Rádio Senado

Jorge Viana diz que atualização do Código pode ajudar a reduzir violência

LOC: O SENADOR JORGE VIANA, DO PT DO ACRE, DISSE QUE O BRASIL VIVE UMA GUERRA SURDA, COM 50 MIL ASSASSINATOS POR ANO. NA AVALIAÇÃO DELE, A ATUALIZAÇÃO DO CÓDIGO PENAL PODE AJUDAR A REDUZIR ESSE ÍNDICE.
 
LOC: JORGE VIANA FOI ELEITO VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO DE SENADORES QUE VAI ANALISAR O ANTEPROJETO SOBRE O ASSUNTO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES:
 
(Repórter) O anteprojeto do Código Penal foi elaborado por uma comissão de juristas designada pelo presidente José Sarney. Depois de meses de trabalho eles concluíram a atualização do texto que é de 1940. Assuntos como o aborto, maioridade penal e crimes na internet foram debatidos exaustivamente pelos especialistas. A matéria agora será analisada pelos senadores e transformada em um projeto de lei. Para Jorge Viana o Código Penal é a lei mais importante do país já que trata da vida humana. O senador fez uma comparação entre o Brasil e a Síria, que vive uma guerra civil.
 
(Jorge Viana) A guerra na Síria, a guerra civil, o país inteiro está lá se matando, é uma coisa terrível a que todo dia assistimos, tem 18 meses, e até agora foram 11 mil mortos. É o país que mais explicitamente vive uma guerra no mundo, hoje. No Brasil, sem guerra nenhuma, nesse mesmo período, são 75 mil assassinatos. Então, não tem sentido ficarmos de braços cruzados. A vida, no Brasil, lamentavelmente, não tem valor nenhum. 

(Repórter) Jorge Viana afirmou ainda que o Brasil é o País das penas mínimas e que isso precisa mudar.
 
(Jorge Viana) Aqui no Brasil, outra vergonha: quem falsificar um batom, cosmético, quem falsificar uma pomada de passar na pele pode pegar quinze anos de cadeia, mas quem tira a vida de alguém, se for a primeira vez, pega seis anos. O Brasil é o país das penas mínimas. De seis anos a vinte, aplica-se o mínimo: seis.
 
(Repórter) O senador lembrou o caso de Vigário Geral, uma chacina ocorrida numa favela da zona norte do Rio de Janeiro, em 1993 que resultou na morte de vinte e uma pessoas. Dos cinqüenta e dois Policiais Militares acusados formalmente pelo crime, apenas seis foram condenados. Dois cumprem pena e quatro estão soltos por habeas corpus.
15/08/2012, 03h12 - ATUALIZADO EM 15/08/2012, 03h12
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