Sarney elogia decisão do Mercosul de retaliar impeachment de Lugo — Rádio Senado

Sarney elogia decisão do Mercosul de retaliar impeachment de Lugo

LOC: O PRESIDENTE DO SENADO CONSIDERA ACERTADA A DECISÃO DO MERCOSUL DE RETALIAR O RÁPIDO PROCESSO DE IMPEACHMENT DO EX-PRESIDENTE LUGO E SUSPENDER O PARAGUAI DO BLOCO COMERCIAL.

LOC: TAMBÉM O PRESIDENTE DA REPRESENTAÇÃO BRASILEIRA NO PARLASUL DEFENDE A SUSPENSÃO DO PAÍS VIZINHO DO GRUPO PARLAMENTAR. A REPORTAGEM É DE HERICA CHRISTIAN.

(REPÓRTER) Por unanimidade, o Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Colômbia suspenderam a participação do Paraguai no Mercosul. Trata-se de uma retaliação ao rápido processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. A Câmara dos Deputados paraguaia aprovou na quinta-feira a perda de mandato de Lugo e o Senado no dia seguinte pelo mau desempenho dele como presidente. As nações integrantes e associadas do Mercosul condenaram o fato de Lugo não ter tido um amplo direito à defesa. A agilidade do processo também foi alvo de críticas do presidente do Senado brasileiro, José Sarney, do PMDB do Amapá. Ele avaliou como acertada a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai por desrespeitar um dos pilares do bloco, que é a democracia. Questionado se o Paraguai não deveria realizar uma nova eleição, já que Federico Franco permanecerá no cargo até agosto do ano que vem, Sarney afirmou que essa é uma decisão do povo do país vizinho.

(José Sarney) É um problema interno de decisão do próprio Paraguai. Devemos manter nossa posição de condenação porque não é um processo democrático normal. Acho que ele mesmo pela maneira que aceitou rapidamente, ele considera que perdeu as condições políticas para isso. Mas isso não justifica que tenha havido um processo dessa natureza. Acontece que eles não têm condições de gerir o processo político e nem por isso, precisam ser afastados.

(REPÓRTER) Já o presidente da representação brasileira no Parlamento do Mercosul, senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, vai defender na reunião desta terça-feira a suspensão do país vizinho do Parlasul. 

(Roberto Requião) Foi uma excrescência absoluta. E a nossa presidente Dilma já tomou algumas providências e chamou o embaixador e nos próximos dias em Mendonza a Unasul vai se reunir. Provavelmente, serão articuladas sanções ao Paraguai. Na minha opinião, o Paraguai fica fora da Unasul e do Mercosul até que haja novamente uma eleição democrática, que o povo vote e escolha um novo presidente da República. Isso só vai acontecer no ano que vem.

(REPÓRTER) Nesta quinta e sexta-feira, o Mercosul realiza a 43ª reunião de cúpula do bloco, na Argentina. O novo presidente do Paraguai já foi impedido de participar do encontro, que contará com a presença de Lugo.
25/06/2012, 01h25 - ATUALIZADO EM 25/06/2012, 01h25
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