Marconi Perillo nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira — Rádio Senado

Marconi Perillo nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira

LOC: EM MAIS DE OITO HORAS DE DEPOIMENTO À CPI MISTA DO CACHOEIRA, O GOVERNADOR DE GOIÁS NEGOU ENVOLVIMENTO COM O CONTRAVENTOR CARLOS RAMOS. 

LOC: O RELATOR DA COMISSÃO, DEPUTADO ODAIR CUNHA, DISSE QUE FICOU COM DÚVIDAS SOBRE A VENDA DE UMA CASA. MAS PARA ALIADOS, PERILLO NÃO PRECISA SER MAIS SER INVESTIGADO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.  

(Repórter) Marconi Perillo começou dizendo que só aparece em uma conversa das mais de 30 mil horas de gravações feitas Polícia Federal falando com o contraventor Carlos Ramos por ocasião do aniversário dele. Afirmou que as citações ao nome dele eram de xingamentos por parte de pessoas próximas ao bicheiro. O governador de Goiás ressaltou que o ex-vereador Wladimir Garcez usou o nome dele indevidamente nas negociatas políticas. Perillo negou qualquer ligação com o bicheiro, a quem se referiu o tempo inteiro como empresário. Ele disse que não sabia das relações próximas de ex-assessores com o contraventor. E destacou que a Polícia Civil goiana chegou a realizar 4 operações de apreensão de máquinas de caça níquel por dia. O governador disse ainda que não beneficiou as empresas ligadas a Cachoeira, como a construtora Delta. 

(Marconi Perillo) Não há qualquer fato concreto ou benefício do governo às pessoas ou às empresas mencionadas na conversa. Por uma razão muito simples, nunca mantive nenhuma relação de proximidade com o senhor Carlos Cachoeira. Nunca fiz negócios com ele. Jamais recebi dele direto ou indireto de empregos, nomeações ou de qualquer outra natureza. Todas as nomeações do meu governo obedecem a critérios técnicos. 

(Repórter) O governador explicou que, após anúncio em jornal, vendeu uma casa em Goiânia para o ex-vereador Wladimir Garcez. Perillo disse que não se preocupou em saber porque o empresário Walter Paulo foi o comprador final ao afirmar que recebeu três cheques de Wladimir Garcez sem conferir o emitente, que, segundo a Polícia Federal foi uma empresa laranja de Cachoeira. 

(Marconi Perillo) Não há, portanto, contradições, confusões sobre a venda da minha casa e sua absurda ilação de que teria recebido duas vezes ou o valor além do que foi pago, escriturado e declarado à Receita Federal. O empresário Walter Paulo também confirmou sua parte. Ele pagou em dinheiro a casa porque o Sr. Wladimir havia lhe repassado o negócio. Não me preocupei em saber quem era o emitente do cheque. E já lamentei por isso. 

(Repórter) Após uma hora de interrogatório e seis horas ouvindo as perguntas dos demais integrantes da CPI, o relator, deputado Odair Cunha, do PT mineiro, afirmou que não ficou satisfeito com a versão do governador sobre a venda da casa e sobre o envolvimento de assessores dele com Cachoeira. Odair Cunha ficou descontente com o fato de Perillo não ter aceitado abrir seus sigilos. 

(Odair Cunha) Temos uma versão da venda da casa que foi dada pelo governador Perillo. Ele disse que vendeu para o senhor Wladimir Garcez, que depois teria vendido para o Sr. Walter Paulo. As investigações da Polícia Federal dão conta de que esta casa foi comprada por Carlos Cachoeira, que comprou a casa por meio do seu sobrinho. 

(Repórter) Para o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, Marconi Perillo esclareceu a citação do nome dele no inquérito da Polícia Federal. E afirmou que uma eventual quebra dos sigilos do governador tucano é um sinal de politização da CPI. 

(Alvaro Dias) O governador desconstruiu todas as denúncias. Não há nenhuma denúncia que não foi desconstruída pelo governador. Qualquer persistência passa a ser suspeita. Qualquer tentativa de continuarem em torno do governador de Goiás é suspeição de que estão escondendo muita coisa. 

(Repórter) Nesta quarta-feira, a CPI Mista do Cachoeira vai ouvir
12/06/2012, 09h26 - ATUALIZADO EM 12/06/2012, 09h26
Duração de áudio: 03:33
Ao vivo
00:0000:00