Indústrias gaúchas cobram postura firme do Governo em relação à Argentina — Rádio Senado

Indústrias gaúchas cobram postura firme do Governo em relação à Argentina

LOC: OS REPRESENTANTES DAS INDÚSTRIAS GAÚCHAS CRITICARAM A POSTURA DO GOVERNO EM RELAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES ADOTADAS PELA ARGENTINA PARA A ENTRADA DE PRODUTOS BRASILEIROS NAQUELE PAÍS.  

LOC: ELES PARTICIPARAM NESTA TERÇA-FEIRA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES: 

TÉC: A exigência da emissão de licenças prévias para produtos brasileiros entrarem na Argentina vem atrasando o processo de exportação e está causando problemas principalmente para as indústrias gaúchas. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, que propôs a audiência, leu uma carta enviada pelo Presidente das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Fiergs, Heitor Muller. Segundo Muller, enquanto o Brasil acumulou um superávit de quase seis bilhões de dólares com a Argentina no ano passado o Rio Grande do Sul registrou um déficit de dois bilhões e oitocentos milhões de dólares no período. O presidente da Fiergs afirma ainda que os setores mais afetados são os de ferramenta e cutelaria, com setenta por cento de queda nas exportações; o de móveis, com sessenta e um por cento, seguido por borracha, com quarenta por cento; máquinas e equipamentos com 37 por cento e calçados, com 30 por cento de queda nas vendas para a Argentina. Muller propôs a eliminação imediata das barreiras informais que chamou de desleais; a retirada das licenças não automáticas aos produtos brasileiros; o cumprimento das regras da OMC, do MERCOSUL e das negociações setoriais; e a construção de uma agenda positiva bilateral. O Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul, Cláudio Affonso Amoretti Bier também defendeu uma postura mais firme por parte do governo brasileiro. 

(Cláudio): Eu acho que o governo brasileiro tem que ser mais firme nas suas atitudes porque não adianta nós com palavras, os argentinos, parece, que não conhecem essa linguagem. 

(Repórter): Para o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, os números apresentados durante a audiência são preocupantes. 

(Paulo Paim):  Depois da implementação da declaração jurada antecipada da importação, no dia primeiro de fevereiro, diversos segmentos vem apresentando quedas superiores a cinquenta por cento nas exportações uma redução drástica que pode de fato gerar, principalmente no Rio Grande do Sul um desemprego que não estava em nenhum momento previsto até pela situação do Brasil em relação a crise nos outros países. 

(Repórter): A Senadora Ana Amélia, também do Rio Grande do Sul, lembrou que o parlamento do MERCOSUL até agora não se pronunciou sobre o assunto porque ele não interessa à Argentina. Para o economista Newton Marques, que participou da audiência, se o Brasil não tomar uma medida firme em relação às medidas adotadas pelos argentinos vai ficar difícil a sobrevivência do bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
12/06/2012, 12h37 - ATUALIZADO EM 12/06/2012, 12h37
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