Segundo sindicatos nº de acidentes de trabalho é maior do que o divulgado — Rádio Senado

Segundo sindicatos nº de acidentes de trabalho é maior do que o divulgado

LOC: O NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL É MUITO MAIOR QUE O DIVULGADO NOS DADOS OFICIAIS, ALERTARAM CENTRAIS SINDICAIS EM AUDIÊNCIA NO SENADO NESTA QUINTA-FEIRA. 

LOC: ELAS PARTICIPARAM DE DEBATE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEMBRARAM QUE HÁ VÁRIAS CATEGORIAS, ALÉM DOS TRABALHADORES INFORMAIS, SEM COBERTURA DA PREVIDÊNCIA. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

TÉC: De acordo com os ministérios do Trabalho e da Previdência, acontecem no Brasil 410 mil acidentes de trabalho por ano, que resultam em 3 mil mortes, como destacou o coordenador-nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores, José Augusto da Silva. 

(José Augusto da Silva) Matam 3 mil brasileiros por ano. No mínimo, de 3 mil a 4 mil. E o custo total para o país, para a previdência a sociedade, são 32 bilhões ao País. 

(Repórter) Dary Beck Filho, da CUT – Central Única dos Trabalhadores, disse à Comissão de Direitos Humanos do Senado que os números não refletem a realidade. Ele lembrou que várias categorias estão de fora da conta dos acidentes de trabalho. 

(Dary Beck Filho) Esse dado, ele se refere apenas aos trabalhadores formais, com carteira assinada, celetistas. Não temos dados sobre os servidores públicos de qualquer esfera. Esses dados por exemplo não pegam os motoboys que trabalham de forma informal em São Paulo e que morrem dois ou três todo mês. 

(Repórter) Trabalhadores do setor de transportes disseram que a maior diferença está na sua categoria. São registradas de 35 a 40 mil mortes no trânsito por ano, e apenas 379 são consideradas acidentes de trabalho pelo Ministério da Previdência. O presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que a prevenção é a principal forma de combater os acidentes, que trazem prejuízos para toda a sociedade. 

(Paulo Paim) Com acidente ou doença no trabalho, primeiro quem perde é o trabalhador, segundo quem perde é a empresa, e terceiro quem perde é a própria União, é o Estado brasileiro, porque o gasto é enorme. Mas sem sombra de dúvida quem mais perde é o trabalhador, porque esse que pode perder inclusive a vida. 

(Repórter) Os senadores ouviram ainda o representante da empresa Marfrig, Clever Pirola Ávila, que falou sobre a morte de quatro trabalhadores em 31 de janeiro, na cidade de Bataguassu, Mato Grosso do Sul. Ele explicou que substâncias usadas para curtir couro foram misturadas por acidente pela transportadora, o que resultou nas mortes, e disse que a unidade está fechada até que as investigações sejam concluídas.
15/03/2012, 01h41 - ATUALIZADO EM 15/03/2012, 01h41
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