Documento aponta desafios que devem ser discutidos na Rio + 20 — Rádio Senado

Documento aponta desafios que devem ser discutidos na Rio + 20

LOC: É PRECISO REDUZIR COM URGÊNCIA O PADRÃO DE CONSUMO DAS POPULAÇÕES RICAS DE TODO O MUNDO. A RECOMENDAÇÃO ESTÁ NO DOCUMENTO DESAFIOS PARA A HUMANIDADE: PERGUNTAS PARA A RIO MAIS VINTE, PRODUZIDO PELO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE, DO PDT DO DISTRITO FEDERAL.

LOC: UM RELATÓRIO DA ONU, DIVULGADO NESTA SEGUNDA-FEIRA, REVELA OS DESAFIOS DA HUMANIDADE PARA GARANTIR ALIMENTO, ÁGUA E ENERGIA PARA UMA POPULAÇÃO EM RÁPIDO CRESCIMENTO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES:

(REPÓRTER) O relatório da ONU revela que está ficando cada vez mais difícil garantir que haja alimentos, água e energia para atender às necessidades de uma população em rápido crescimento e evitar que 3 bilhões de pessoas sejam levadas à pobreza nos próximos 30 anos. Ainda segundo o texto, em 2030 o mundo vai precisar de pelo menos mais cinquenta por cento de alimentos, 45 por cento mais de energia e trinta por cento mais de água em uma época em que as modificações no ambiente criam cada vez mais limites ao abastecimento. O senador Cristovam Buarque, presidente da subcomissão que acompanha os preparativos para a Conferência Rio + 20 é autor de um texto que segue a mesma linha. Cristovam concorda com a recomendação do relatório da ONU de que para alcançar a sustentabilidade é preciso uma transformação na economia global.

(CRISTOVAM BUARQUE) Tem que reduzir o padrão de consumo das populações ricas do Mundo inteiro. Não dá para continuar o sistema de transporte público em que um carro gasta quase o mesmo combustível para levar uma pessoa que um ônibus que leva 50. Não dá para continuar gastando tanta água em atividades não fundamentais como beber, cozinhar, tomar banho, apenas porque a pessoa tem dinheiro para pagar a água hoje.

(REPÓRTER) Para o senador também é preciso rever os padrões de produção e de distribuição de alimentos.

(CRISTOVAM BUARQUE) Não dá para continuar com imensas extensões de terra para produzir essas comodities que não são o fundamental para matar a fome. Não dá para basear o fim da fome em grandes propriedades. São as pequenas propriedades que produzem o que as pessoas comem no dia a dia. Resumindo, nós temos que mudar o padrão de consumo e o padrão de produção, e o padrão da distribuição.

(REPÓRTER) Cristovam quer que todas essas questões sejam levadas à Rio + 20, conferência sobre meio ambiente que acontece vinte anos depois da Eco 92. Uma das recomendações do relatório da ONU, divulgado na última segunda feira é a de que o evento, marcado para junho, sirva como ponto de partida para uma transição global rumo a um modelo de crescimento sustentável para o século 21.
31/01/2012, 00h36 - ATUALIZADO EM 31/01/2012, 00h36
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