Propaganda de bebidas com mais de 0,5% de álcool poderá ser proibida — Rádio Senado

Propaganda de bebidas com mais de 0,5% de álcool poderá ser proibida

LOC: A PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS COM TEOR ACIMA DE MEIO POR CENTO PODERÁ SER PROIBIDA. ESSA CLASSIFICAÇÃO ATINGE CERVEJAS, VINHOS E BEBIDAS MISTURADAS, CONHECIDAS COMO "ICE".
 
LOC: A SUGESTÃO ESTÁ NO RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO SOBRE DEPENDENTES DE ÁLCOOL, CRACK E OUTRAS DROGAS, QUE SERÁ ENVIADO À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF E A DIVERSOS SETORES DO GOVERNO E DA SOCIEDADE. A REPORTAGEM É DE ROBERTO FRAGOSO.
 
(REPÓRTER) O veto à publicidade de bebidas alcoólicas com mais de 0,5% de graduação de álcool foi proposto pelo presidente da Subcomissão sobre Dependentes de Álcool, Crack e outras Drogas, o senador Wellington Dias, do PT do Piauí. Ele argumentou que a propaganda já é proibida, mas só são consideradas alcoólicas no Brasil as bebidas com graduação acima de 13%.
 
(WELLINGTON DIAS) Se hoje nós temos ai, estima-se, dois milhões de usuários com situações graves de crack, de drogas mais pesadas, mas nós temos aí pelo menos dezoito milhões de brasileiros que abusam ou fazem uso sistemático do álcool, e isso tem consequências graves. E eu creio que não é proibir a bebida, não é proibir a comercialização, é proibir a propaganda. Ou seja, ter um conceito claro: droga é droga, não se pode fazer propaganda de droga.
 
(REPÓRTER) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, aceitou incluir a recomendação no relatório final da subcomissão, mas com a observação de que é uma proposta do presidente do colegiado, pois ela é contrária à proibição.
 
(ANA AMÉLIA) Proibir simplesmente uma propaganda, ela não terá, seguramente, o efeito didático que queremos na educação das pessoas. Podemos, sim - e a própria indústria aceita , fazer algumas restrições: não colocar, digamos, atletas famosos para ser o garoto-propaganda, ou não usar também artistas famosos que tenham, digamos, influência sobre os jovens.
 
(REPÓRTER) Ana Amélia disse que antes de proibir a propaganda, é preciso ouvir as partes interessadas, como o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o Conar; e a Abert, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Ela acredita que o caminho é educar as famílias; não proibir. E citou como exemplo da falta de eficácia da proibição a venda de bebidas e cigarros para menores, que não é fiscalizada em boa parte das cidades brasileiras.
19/12/2011, 01h05 - ATUALIZADO EM 19/12/2011, 01h05
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