Comissão discute situação das pessoas com anemia falciforme — Rádio Senado

Comissão discute situação das pessoas com anemia falciforme

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DISCUTIU NESTA QUINTA-FEIRA A SITUAÇÃO DAS PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME.

LOC: OS PARTICIPANTES PEDIRAM MAIS ATENÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA. REPORTAGEM ANA BEATRIZ SANTOS.

(REPÓRTER): dia 27 de outubro é o dia nacional de luta pelos direitos das pessoas com doenças falciformes. Para marcar a data, a comissão de direitos humanos promoveu uma audiência pública para avaliar o atendimento aos doentes brasileiros. A doença falciforme tem origem genética e prejudica o transporte de oxigênio pelo sangue. Essa dificuldade leva a uma série de outras doenças, como dores intensas nas articulações e nos ossos, a formação de feridas difíceis de serem curadas, problemas no pulmão, baixa imunidade e até mesmo isquemias que deixam seqüelas como a perda de movimentos e deformidades. Quando não é detectada a tempo, a doença pode levar as crianças à morte. A alteração genética que causa a doença falciforme é mais presente nas populações afrodescendentes, como explica a representante da Federação Nacional das Pessoas com Doenças Falciformes, Ana Palmira.
(ANA PALMIRA): que a incidência da doença falciforme coincide com a afrodescendência, o primeiro lugar da doença falciforme esta na Bahia, o segundo no rio de janeiro, o terceiro em minas gerais.
(REPÓRTER): A ministra da Secretaria Nacional de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, lembrou que a síndrome foi descoberta em 1910, mas só em 1980 o Brasil se preocupou com o atendimento especializado desses doentes, o que comprova o descaso com a população negra também nas ações de saúde pública.
(LUIZA BARROS): Nos nunca tivemos até os anos oitenta no Brasil nenhum esforço organizado e concentrado pra fazer com que isso se tornasse uma realidade no atendimento em saúde e nos currículos que formam os profissionais de saúde no Brasil e consideramos que isso teria sido um fator fundamental.
(REPÓRTER): A médica Margarete Baldegan, do Hospital de Base de Brasília, explicou que a pessoa com doença falciforme pode levar uma vida normal, mas é essencial que receba atendimento rápido e de profissionais especializados nas situações de emergência.
(MARGARETE BALDEGAN): Como Brasil tem uma rede de SUS que vai do atendimento básico até a alta complexidade, o desconhecimento das peculiaridades desta doença impedem que o falcifóormico seja atendido com prioridade na urgência.
(REPÓRTER): A doença falciforme pode ser detectada já no teste do pezinho, nos recém nascidos. Os participantes da reunião destacaram que o exame para a doença falciforme ainda não é uma exigência de todos os estados, o que dificulta o tratamento precoce. A senadora Marta Suplicy, do PT de São Paulo, acredita que os municípios tem condições de adotar o exame sem dificuldades.
(MARTA SUPLICY): Que é algo que não acarreta em um custo enorme pro município e que a diferença é muito grande, são vidas que são preservadas.
(REPÓRTER): E para os participantes da reunião, além do atendimento adequado na saúde, as pessoas com a doença falciforme precisam de atenção adequada nas áreas de educação e da previdência social. Da rádio senado....
27/10/2011, 01h41 - ATUALIZADO EM 27/10/2011, 01h41
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