Comissão debate efeitos da recomposição do meio ambiente para agricultura — Rádio Senado

Comissão debate efeitos da recomposição do meio ambiente para agricultura

LOC: SETOR PRODUTIVO E ÓRGÃOS REGULADORES DEBATEM EFEITOS, NA AGRICULTURA, DA RECOMPOSIÇÃO DO MEIO AMBIENTE, PREVISTA NO PROJETO DE CÓDIGO FLORESTAL. LOC: AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA DO SENADO TAMBÉM RESPONDEU A PERGUNTAS DE OUVINTES. OS DETALHES, COM O REPÓRTER NILO BAIRROS: A Comissão debateu os impactos do novo Código Florestal no setor agrícola, a partir da obrigatoriedade de recuperação das áreas degradadas próximas aos rios. Na opinião do assessor econômico da Farsul, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, esse impacto será grande e bastante prejudicial aos produtores rurais. Antonio da Luz lembrou que o código está na contramão das expectativas mundiais sobre a produção de alimentos, que precisa mais do que dobrar em quarenta anos para dar conta do aumento populacional do planeta. Ele afirmou que só no Rio Grande do Sul, que tem 28 milhões de hectares agricultáveis, o prejuízo pode chegar a 27 bilhões de reais, ou 11 por cento do PIB. É que, além de recuperar áreas degradadas, o agricultor perderia, segundo ele, parte da lavoura. Mas, na opinião do advogado Raul do Vale, representante do ISA, Instituto Socioambiental, a realidade é diferente. O advogado ¿ que participou do debate no plenário ¿ acredita que há muitas áreas de proteção, junto aos rios, que estão degradadas pelo pasto e não por cultivo agrícola, que, segundo ele, chega a ocupar apenas um por cento de algumas áreas de Minas Gerais e São Paulo. O procurador da Fazenda Nacional, Luiz Carlos Silva de Moraes, discordou dos números do ISA. Já o representante da Farsul, Antonio da Luz, elogiou o trabalho feito pelo Instituto de recuperar a mata ciliar dos rios, mas ponderou que, de acordo com o projeto em discussão, o custo da recuperação vai recair sobre os ombros do produtor: Antonio da Luz - Quem dera o estado brasileiro apoiasse essa sua iniciativa de recuperar as áreas degradadas, mas o que está sendo discutido aqui não é o estado fazer isso, são os produtores rurais fazerem isso. É abrir mão de sua área e com seu dinheiro fazer a recuperação. A forma como está não dá, o impacto é muito grande, nós podemos minimizar esse impacto: sim, mas tem que ter bom senso. Rep: Para equilibrar essa conta, um dos convidados, o secretário de Agricultura de Rondônia, Anselmo de Jesus, defendeu proposta que prevê o pagamento, pelo estado, a agricultores que recuperam áreas de proteção degradadas. A experiência de aproximar convidados de ouvintes e cidadãos que podem mandar suas perguntas por telefone, email ou twitter foi saudada pela senadora Ana Amélia Lemos, que presidiu a audiência. Da rádio Senado, Nilo Bairros.
05/08/2011, 06h19 - ATUALIZADO EM 05/08/2011, 06h19
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