Subcomissão debate perda da competitividade da industria brasileira
LOC: A COMPETITIVIDADE DAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS EM RELAÇÃO AO MERCADO EXTERNO FOI DISCUTIDA, NESTA TERÇA-FEIRA, EM UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA SUBCOMISSÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO.
LOC: A POLÍTICA CAMBIAL E A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA TAMBÉM FORAM ASSUNTOS DO DEBATE. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
As indústrias brasileiras não têm conseguido ganhar a preferência dos mercados. Prova disso, é o ritmo acelerado das importações, segundo afirmou o diretor do departamento de comércio exterior da federação das indústrias de São Paulo, FIESP, Roberto da Fonseca. Ele classificou como crítica a atual situação das indústrias brasileiras. Segundo o diretor da FIESP, o coeficiente de importação está subindo rapidamente, ano a ano. Em alguns setores, como o de máquinas e equipamentos, o coeficiente que era de 33 por cento, passou para 55 por cento em três anos. Na área de aço, o coeficiente subiu de 5 para 19 por cento. Para Roberto da Fonseca, a sobrevalorização cambial, os custos logísticos e tributários são algumas das razões para a perda de competitividade das indústrias. A conseqüência, segundo ele, é a geração de um déficit da balança de manufaturados. (ROBERTO) Excluindo minério, agronegócio e petróleo, o déficit da balança de manufaturados no Brasil saltou de 6 bilhões de dólares em 2006 para 70 bilhões de dólares em 2010 e será de 100 bilhões de dólares em 2011. Aquilo que gera emprego, que importa para o país, que é a exportação industrial, nós estamos naufragando, perdendo o mercado externo e não conseguindo competir com as importações que entram no nosso país a preços aviltados. (PAULA) O diretor do Instituto de estudos para o desenvolvimento industrial, IEDI, Júlio de Almeida, concorda com a posição da FIESP. Para o especialista, o setor produtivo brasileiro está extremamente ameaçado. O lado positivo é que o agronegócio e os minérios estão suprindo as lacunas no setor. (JÚLIO) Eu tenho visto empresas poderosíssimas, brasileiríssimas no Brasil que estão saindo do Brasil. Não é uma internacionalização sadia, digamos assim. São empresas que estão fugindo do Brasil. (PAULA) Uma das críticas dos convidados está na demora da Receita Federal no ressarcimento dos tributos PIS/COFINS, fruto da desoneração tributária das exportações. Os assessores da Receita Federal, Luis Felipe Reche e João Hamilton Reche, afirmaram que a receita está buscando mecanismos para acelerar os processos de ressarcimento. Um deles é a criação de uma portaria que prevê o pagamento de, pelo menos, metade do valor da reparação às empresas que se enquadram nas regras, em até 30 dias após a solicitação. O senador Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, defendeu uma discussão mais ampla sobre a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados. (EDUARDO) Eu posso citar várias indústrias que hoje só sobreviverão no Brasil se o Brasil mantiver um imposto regulador do mercado interno que é um mercado crescente, que aponta pra 2050 como um dos mais importantes mercados de consumo internacional. (Paula) Já o senador Luiz Henrique, do PMDB de Santa Catarina, defendeu a ampliação dos investimentos nacionais como fundamento para o crescimento do setor produtivo. Ao final da reunião, os membros da subcomissão reconheceram que, para dar prosseguimento às discussões, será necessária a realização de uma audiência pública para debater Poupança pública, taxa de juros e Câmbio.