Roberto Requião propõe novas regras eleitorais

LOC: NA VÉSPERA DA INSTALAÇÃO DA COMISSÃO DA REFORMA POLÍTICA NO SENADO, O SENADOR ROBERTO REQUIÃO ANTECIPOU O DEBATE E PROPÔS NOVAS REGRAS ELEITORAIS. LOC: O EX-GOVERNADOR DO PARANÁ DEFENDEU EM PLENÁRIO UM SISTEMA MISTO PARA A ELEIÇÃO DE DEPUTADOS. A REPORTAGEM É DE NILO BAIRROS: A comissão da reforma política deve ser instalada pelo presidente do Senado, José Sarney, nesta terça-feira, ao meio-dia. Um dos membros da comissão é o peemedebista Roberto Requião, que deu início ao debate já nesta segunda-feira. E elegeu como alvo inicial o sistema de eleição dos deputados. Atualmente, o sistema é proporcional com lista aberta e o voto num candidato pode ajudar outro a se eleger. Atingido o coeficiente eleitoral, o que sobra de um, ajuda outro colega. Foi o que aconteceu com os mais de um milhão e 300 mil votos dados ao comediante Tiririca, que comemorou a vitória nas urnas e ainda levou mais três deputados para a Câmara. Mas o senador Roberto Requião também não quer a eleição majoritária, que prejudicaria a eleição de mais de um representante de uma mesma tendência ideológica. Como explica Roberto Requião, ao concentrar milhões de votos num único candidato que personifica uma determinada corrente, os eleitores elegeriam apenas um deputado e não um grupo de parlamentares para defender aquela idéia: Requião - Um efeito tiririca ao contrário, ele absorve todos os votos de uma tendência política que representa. Por que, com milhões de votos, ele levará apenas o nome dele ao Congresso Nacional. Será apenas um candidato. Rep: Para chegar a uma solução que evite o deputado sem voto, mas possibilite a vitória de uma tese que o eleitor julgue simpática, o senador Requião defende um modelo misto, com lista fechada e aberta: Requião - A lista fechada eliminaria a possibilidade de Eneas e Tiririca elegerem deputados sem votos. Porque nós só contabilizaríamos a proporcionalidade da participação de cada partido, suportados na legenda, na lista fechada, e a lista aberta só elegeria, na medida em que a lista fechada garantisse a proporcionalidade. Rep: Ideias como essa, que tratam de como reduzir a distância entre a vontade do eleitor e o resultado das urnas, começam a ser debatidas pela comissão da reforma política nessa terça-feira. O papel da comissão, formada por 12 senadores, é propor um anteprojeto sobre o tema. Os trabalhos serão presididos pelo senador Francisco Dornelles, do PP fluminense, e devem ser concluídos no prazo de 45 dias. O resultado deve virar um projeto de lei que vai tramitar no Senado e depois na Câmara.