Comissão debate a inclusão de alunos com deficiência — Rádio Senado

Comissão debate a inclusão de alunos com deficiência

LOC: A ESCOLA NÃO ESTÁ PREPARADA PARA RECEBER ALUNOS COM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA. 

LOC: ESSA É A OPINIÃO DOS PARTICIPANTES DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE INCLUSÃO NAS ESCOLAS, PROMOVIDA NESTA QUARTA-FEIRA PELA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. 

TÉC: Alisson Silva Pinto tem deficiência intelectual e tinha o sonho de se formar em educação física ou psicologia. Militante das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais, Apaes, Alisson abandonou a escola na sétima série. Ele disse que enfrentava o preconceito de colegas e de professores. (ALISSON) Na escola comum não consegui de nenhuma forma de ser respeitado como cidadão pleno, que pago impostos, que eu voto, tenho direito de votar, eles não me veem assim. Na escola comum eu nunca tinha amizade, não tive carinho, não tive atenção. (REPÓRTER) Alisson foi um dos participantes da audiência pública ¿Diversidade nas escolas: preconceito e inclusão¿. O debate, na Comissão de Educação, fez parte da programação da Sexta Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, promovida pelo Senado. Quem também participou do encontro foi Angélica Dias, da Organização Nacional dos Cegos do Brasil. Com base na sua experiência, de pessoa com menos de 30 por cento de visão, ela chegou à seguinte conclusão sobre o sistema brasileiro de ensino. (ANGÉLICA) A educação infantil não consegue contemplar nem as crianças, entre aspas, ditas normais, porque o nosso sistema ainda não está preparado e instrumentalizado para isso. Como eu vou conseguir então trabalhar com a diferença lá dentro, trabalhar com as crianças que têm deficiência? (REPÓRTER) Gustavo Medeiros tem autismo e diz que foi vítima de agressões de colegas de escola e do desinteresse de professores. Para ele, esse é o resultado do que chamou de ¿inclusão forçada¿, quando um aluno com deficiência é matriculado numa escola regular que não tem o devido preparo. (GUSTAVO) A nossa luta deveria ser por dar opções. Tudo bem, quer entrar numa escola inclusiva, os pais se responsabilizam, ouvindo os professores e coisa tal. Mas assim: opção é tudo. As pessoas que têm que ter direito à escolha. (REPÓRTER) O senador Flávio Arns, do PSDB do Paraná, que presidiu a audiência pública, espera que os especialistas em educação levem em consideração as opiniões das pessoas com deficiência. (ARNS) Todos nós, Executivo, Legislativo, diretores, comunidades, sempre escutarmos o que as pessoas têm a dizer. Em função do que elas disserem e discutirem viabilizarmos políticas públicas e orçamentos para o atendimento com qualidade das necessidades, ultrapassando o preconceito e buscando a inclusão em toda a sociedade. (REPÓRTER) Usando um intérprete em Língua Brasileira de Sinais, Rimar Segala, que é surdo mudo, ator e fundador da Companhia Arte e Silêncio, defendeu o maior uso de Libras nas escolas. E Maria de Fátima Amaral, cadeirante e presidente da Associação dos Deficientes de Brasília, pediu a melhoria da acessibilidade nas escolas. 
08/12/2010, 00h45 - ATUALIZADO EM 08/12/2010, 00h45
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