Conferência da ONU sobre mudanças climáticas não deverá ter grandes avanços — Rádio Senado

Conferência da ONU sobre mudanças climáticas não deverá ter grandes avanços

LOC: A PRÓXIMA CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NÃO DEVERÁ TER GRANDES AVANÇOS NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL.  

LOC: ESSA É A EXPECTATIVA DOS PARTICIPANTES DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PROMOVIDA NESTA QUINTA-FEIRA PELA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DO SENADO. 

TÉC: Começa na próxima segunda-feira e vai até o dia 10 de dezembro em Cancún, no México, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-16. Dois mil delegados representando os países membros das Nações Unidas deverão debater as medidas que podem ser adotadas para se reduzirem as emissões de gases na atmosfera e frear o aquecimento global. A COP-16 produzirá resultados concretos? Dificilmente, na opinião de Sérgio Barbosa Serra, do Ministério das Relações Exteriores. Na opinião do embaixador, as derrotas do governo do presidente americano Barack Obama na área ambiental deixaram no ar um clima pessimista. E sem ações dos Estados Unidos, o maior poluidor do planeta, é pouco provável que os demais países queiram se comprometer em reduzir as emissões de carbono. (SERRA) Os Estados Unidos não conseguiram fazer passar pelo seu Legislativo o projeto de lei de energia e clima. Depois houve uma eleição na qual os democratas perderam muitos assentos. Isso evidentemente puxa evidentemente os demais países desenvolvidos para baixo. (REPÓRTER) O embaixador foi um dos participantes de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado. O debate foi proposto pela senadora Marina Silva, do PV do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente. Ela acha que o Brasil não depende da posição de outros países para buscar avanços na COP-16. (MARINA) Nós vamos ter cada vez mais credibilidade se nós afirmarmos na agenda que nós vamos fazer isso independemente de quem quer que seja pelo compromisso que temos com o nosso país e com o planeta. (REPÓRTER) Representante do Ministério do Meio Ambiente no debate, Branca Americano alerta que na reunião de Cancún a intenção é não haver um retrocesso nas metas mundiais de redução do lançamento de poluentes na atmosfera. Ela teme que se repita no México o que aconteceu no ano passado na COP-15, na Dinamarca, quando não houve acordo para o estabelecimento de novas metas. (BRANCA) Nós não podemos voltar para casa com um fracasso em Cancún. Isso seria mais um descrédito ao sistema multilateral para negociar as questões de mudanças climáticas. E acho que não interessa a ninguém desacreditar o sistema multilateral. (REPÓRTER) E para Marcelo Furtado, diretor executivo no Brasil do grupo ambientalista Greenpeace, os negociadores que vão participar da COP-16 ainda não entenderam que o problema das mudanças climáticas exige ações imediatas. (FURTADO) Cancún fica na praia, vai ser um período de férias, mas o clima não deveria ser de férias na praia. O clima deveria ser de grande indignação, de que nós estamos em frente a um majestoso fracasso, e a sociedade civil perguntando à governança global: ¿E agora?¿ (REPÓRTER) Na audiência pública também foi discutida a implementação da lei que criou a Política Nacional sobre Mudanças no Clima, aprovada no ano passado pelo Congresso. Johannes Eck, representante da Casa Civil, disse que o governo deve editar ainda neste ano decretos para regulamentar os dispositivos da lei que tratam de cinco áreas: controle do desmatamento na Amazônia, prevenção de incêndios no cerrado, energia, agropecuária e siderurgia. E para o ano que vem está prevista a regulamentação de outras sete áreas.
25/11/2010, 00h31 - ATUALIZADO EM 25/11/2010, 00h31
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