Senadores da CAE comentam aumento do IOF para estrangeiros — Rádio Senado

Senadores da CAE comentam aumento do IOF para estrangeiros

LOC: PARA SEGURAR A QUEDA DO DÓLAR, O GOVERNO VOLTOU A AUMENTAR O I-O-F SOBRE OS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS.

LOC: SENADORES DA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS ACREDITAM QUE SERIA MAIS EFICAZ REDUZIR OS JUROS, NA SEMANA EM QUE O COPOM DEVE ANUNCIAR A NOVA TAXA SELIC.

Primeiro foi de dois para quatro por cento. Agora para seis por cento. Pela segunda vez em duas semanas, o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras nas aplicações de investidores estrangeiros em fundos de renda fixa. A intenção do primeiro aumento foi reduzir a entrada de dólares no país e estancar a desvalorização da moeda americana. Mas a cotação do dólar frente ao real teima em continuar caindo, e a nova alíquota do IOF foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira. Roberto Cavalcanti, senador do PRB da Paraíba e que faz parte da Comissão de Assuntos Econômicos, acha que o governo não tem muito o que fazer agora, porque a queda do dólar é uma tendência mundial. (CAVALCANTI) Foi feito o primeiro aumento, surtiu efeito, mas certamente não surtiu o efeito desejado. Porém, está constatado que mundialmente existe uma desvalorização da moeda de referência dólar. (REPÓRTER) Outro senador da comissão, Antonio Carlos Júnior, do Democratas da Bahia, duvida que o aumento do IOF vá ter efeitos práticos. (ACM Jr.) Eu acho uma medida inócua, ou seja, se aumentou para quatro não resolveu; agora vai aumentar para seis, não vai resolver também. (REPÓRTER) Para ele, a redução da taxa de juros poderia segurar o dólar. O Comitê de Política Monetária, Copom, deve anunciar nesta quarta-feira se vai mexer na taxa Selic, hoje em 10,75 por cento. Antonio Carlos Júnior, no entanto, não acredita em redução imediata dos juros. (ACM Jr.) A taxa de juros nossa é muito alta por força de a situação fiscal não ser favorável. Se nós tivéssemos uma situação fiscal melhor, teríamos taxas de juros menores e não precisaríamos estar fazendo manobras artificiais para conter a alta do dólar. (REPÓRTER) E na opinião de Roberto Cavalcanti falta coragem ao Copom para baixar a taxa de juros. (CAVALCANTI) O Brasil tem muito medo de baixar juros, que eu acho que é um equívoco. Essas taxas de juros beneficiam o setor bancário brasileiro como um todo e beneficiam esses especuladores internacionais. (REPÓRTER) No último dia 13, a cotação do dólar chegou a um real e 65 centavos, o menor valor da moeda americana desde setembro de 2008, quando teve início a crise econômica mundial com a quebra de bancos nos Estados Unidos.
19/10/2010, 00h04 - ATUALIZADO EM 19/10/2010, 00h04
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