24 - O Senado no governo de Getúlio Vargas
Apesar da forte oposição da UDN, o então senador Getúlio Vargas volta à presidência da República em janeiro de 1951, depois de eleito pelo voto direto no ano anterior. No início do governo, Getúlio tenta agradar a liberais e nacionalistas, mas aos poucos adota um projeto que pende para a segunda opção. Assim é que, em 1952, o presidente propõe ao Congresso a criação da Petrobrás, estatal que teria o monopólio da extração, refino e distribuição do petróleo. O assunto vira tema de debates diários no Congresso. O senador Assis Chateaubriand (PSD-PB), dono dos Diários Associados, critica a medida e afirma que o nacionalismo era um erro em tempos de cooperação econômica no pós-guerra. Já o senador Alberto Pasqualini (PTB-RS) defende a criação da Petrobrás e diz que o monopólio não era uma posição contra os investimentos privados, estrangeiros ou nacionais, mas era uma postura de defesa do interesse nacional em uma área vital para o País. O projeto é aprovado e sancionado em 1953.
No ano seguinte, o presidente apresenta projeto de lei criando a Eletrobrás e nomeia para o Ministério do Trabalho o jovem deputado João Goulart (PTB-RS), cujas posições em defesa dos trabalhadores alarmam a classe média, os industriais e os militares conservadores. A crise aumenta com as constantes críticas ao governo feitas pelo jornalista Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa. Um atentado a Lacerda e o clima de tensão e de suspeita gerado pelo episódio acabam levando ao suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954.