Jorge Viana avalia que COP-23 chega ao fim com avanços, mas sinaliza alguns retrocessos — Rádio Senado
Mudanças Climáticas

Jorge Viana avalia que COP-23 chega ao fim com avanços, mas sinaliza alguns retrocessos

O presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso(CMMC), senador Jorge Viana (PT-AC),  avalia que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23), que terminou nesta sexta-feira (17) em Bonn, na Alemanha, foi marcada por avanços, mas com sinalização de retrocessos. Ele sustenta que o desafio brasileiro é enorme por ser um país que tem uma grande biodiversidade, mas é também o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Viana disse que ficou triste quando o Brasil ganhou durante a conferência o título de “Fóssil do Dia” por dar isenção de R$ 1 trilhão às petroleiras do mundo, mas ficou contente com a redução pelo Brasil de 16% na taxa de desmatamento.

17/11/2017, 18h39 - ATUALIZADO EM 19/11/2017, 09h01
Duração de áudio: 02:23
Foto: Paula Groba/Rádio Senado

Transcrição
PRESIDENTE DA COMISSÃO MISTA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS AVALIA QUE COP 23 CHEGA AO FIM MARCADA POR AVANÇOS, MAS COM SINALIZAÇÃO DE RETROCESSOS. EVENTO PARA DISCUTIR OS DESAFIOS DO CLIMA E A IMPLEMENTAÇÃO DO ACORDO DE PARIS TERMINOU NESTA SEXTA-FEIRA, NA ALEMANHA. A REPÓRTER PAULA GROBA, QUE ESTÁ EM BONN, TRAZ OS DETALHES: TÉC: A gente já vê algum avanço nas prateleiras de supermercados. Os produtos orgânicos, a preferência pelas sacolas recicláveis, tudo em prol do meio ambiente. Nas ruas da Alemanha, as bicicletas já têm espaço. A consciência ambiental vai aos poucos se infiltrando na sociedade. Mas o fato é que apesar do progresso, ainda estamos longe do ideal para o bem comum. Foi o que ficou claro mais uma vez na Conferência das Partes sobre o Clima, COP 23, aqui em Bonn, Alemanha. A chanceler alemã Ângela Merkel reconheceu que, apesar dos esforços, o país ainda tem uma matriz energética baseada em usinas de carvão, tendo reduzido a energia nuclear. O Brasil apresentou bons caminhos para cumprir as metas, com estímulo aos biocombustíveis e redução de desmatamento, mas tudo vai depender de investimentos. Para o senador Jorge Viana, do PT do Acre, presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, a COP 23 foi marcada por avanços e sinalização de retrocessos. (Viana) O desafio brasileiro é enorme porque o Brasil é um país megadiverso mas é o país também que é o sétimo em emissões do mundo e há uma esperança do mundo de que a gente resolva o problema da fome produzindo mais alimentos mas conserve a biodiversidade brasileira eu fiquei muito triste quando o Brasil ganhou o prêmio foto conta da Medida Provisória do governo que tenta fazer uma Anistia de um trilhão de reais para as petrolíferas do mundo inteiro mas fico contente quando eu vejo que o Brasil rompeu a tendência do aumento do desmatamento reduzindo em 16%”. (REP) Mas o país conclui suas atividades na Conferência com mais trabalhos a fazer. No setor de energia, além de intensificar o uso de biocombustíveis, a ideia é ampliar os leilões de fontes renováveis para geração elétrica. No agropecuário, a meta é ampliar programas de financiamento para restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030. A delegação brasileira, composta também por senadores, foi imprescindível, segundo a secretaria executiva da Conferência das Partes, Patrícia Espinosa. O Brasil sai da COP 23 candidato para sediar o evento em 2019: a COP 25, que deve acontecer na América Latina ou no Caribe. De Bonn, na Alemanha, Paula Groba, para a Rádio Senado.

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