Senadores cobram decisão da Anvisa sobre vacinação com a Sputnik V — Rádio Senado
Coronavírus

Senadores cobram decisão da Anvisa sobre vacinação com a Sputnik V

O senador Otto Alencar (PSD-BA) cobrou mais rapidez da Anvisa para a liberação da vacina Sputnik V. Segundo Randolfe Rodrigues (REDE-AP), o Brasil vive cenário de guerra e os pedidos deveriam ser agilizados. A diretora da agência, Meiruze Freitas, informou que apesar dos prazos suspensos, o processo segue em avaliação, e a Anvisa busca os dados faltantes diretamente com o Governo Russo para garantir a segurança e a eficácia da vacina. A reportagem é de Marcella Cunha.

30/03/2021, 14h19 - ATUALIZADO EM 30/03/2021, 14h19
Duração de áudio: 02:58
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Transcrição
LOC: OS SENADORES COBRARAM AGILIDADE DA ANVISA NA APROVAÇÃO DA VACINA SPUTNIK V E COGITAM INTERFERÊNCIA POLÍTICA. LOC: A AGÊNCIA SUSPENDEU O PRAZO PARA AVALIAÇAO DO USO EMERGENCIAL DO IMUNIZANTE RUSSO ALEGANDO NECESSIDADE DE MAIS DOCUMENTAÇÃO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) A Anvisa suspendeu o prazo de análise do pedido de uso emergencial da Sputnik V alegando falta de documentos para validar a segurança da vacina. A Agência apontou a ausência de informações básicas sobre o estudo clínico realizado na Rússia, como efeitos adversos, e inconsistências sobre o local de fabricação. Um novo pedido foi apresentado pela farmacêutica responsável, a União Química, para aprovar o uso das 10 milhões de doses já compradas pelo Governo Federal. Outras 37 milhões foram negociadas pelo consórcio de governadores do Nordeste. O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, questionou se haveria interferência política na Anvisa para atrasar a deliberação sobre a vacina russa. (Otto Alencar) Há mais de quatro ou cinco meses, uma vacina como a Sputnik, confirmada e usada em vários países no mundo... E não venha me dizer que a Rússia não tem tecnologia avançada, porque tem. E a Anvisa não libera a utilização da Sputnik. Dentro da Anvisa, não há como se dizer que não está havendo ação política por parte do Governo central. (Repórter) A Sputnik está sendo usada em países como México e Argentina. Mas, segundo a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, no país vizinho, a decisão de liberar a vacina partiu do Ministério da Saúde argentino, sem passar pela autoridade sanitária. Já o governo mexicano não compartilhou dados com a Anvisa citando cláusulas de confidencialidade. Ela lembrou que a Autoridade Europeia também alega que faltam dados técnicos para a liberação da vacina, assim como a Organização Mundial da Saúde. A diretora da Anvisa disse que tem buscado as informações junto ao governo russo. (Meiruze Freitas) Nem todas as informações foram entregues, mas, entendendo que todas as vacinas são importantes, a gente vem buscando, inclusive ativamente, essas informações. Neste momento, nós estamos avaliando todas as informações submetidas para avaliar se os benefícios superam os riscos. A documentação apresentada em 15 de janeiro era ainda pouco robusta. Não há nenhum impedimento para vacina, independentemente da sua origem. O que a gente precisa para dar o atesto no Brasil é ter acesso aos dados. (Repórter) Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, também cobrou mais agilidade da agência diante do cenário da pandemia no Brasil. (Randolfe Rodrigues) Entendendo a necessidade que essa agência tem de cumprir todos os prazos técnicos... Mas em virtude do ambiente de guerra em que estamos – acho que o termo é esse, estamos mesmo em guerra, não seria o caso de agilizar todos esses pedidos? (Repórter) A diretora da Anvisa esclareceu, que apesar do prazo de análise ter sido suspenso, o processo de uso emergencial da Sputnik segue em avaliação e a agência aguarda informações adicionais para decidir sobre a liberação da vacina.

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