PT defende decisão do Magazine Luiza de recrutar somente negros
O Partido dos Trabalhadores vai entrar com representação na corregedoria da Defensoria Pública da União (DPU) contra o defensor Jovino Bento Júnior. Ele entrou com ação civil pública contra o programa de treinamento do Magazine Luiza exclusivo para pessoas negras. Ao anunciar a decisão do partido, o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que a empresa está promovendo a igualdade racial e considerou a atitude do defensor preconceituosa e racista. Em nota, a DPU afirma que os membros da instituição têm liberdade funcional e que a posição do defensor Bento Júnior não reflete a missão da instituição. A reportagem é de Iara Farias Borges.
Transcrição
LOC: O PARTIDO DOS TRABALHADORES VAI ENTRAR COM REPRESENTAÇÃO CONTRA DEFENSOR QUE QUER IMPEDIR O MAGAZINE LUIZA DE SELECIONAR SOMENTE PESSOAS NEGRAS.
LOC: A PRÓPRIA CATEGORIA DE DEFENSORES CRITICOU A CONDUTA DO COLEGA, QUE AINDA PEDIU INDENIZAÇÃO À EMPRESA POR DANOS MORAIS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES.
(Repórter) A representação da bancada do Partido dos Trabalhadores será feita na corregedoria da Defensoria Pública da União contra o defensor Jovino Bento Júnior. Ele entrou com ação civil pública para impedir que o programa de treinamento do Magazine Luiza seja apenas para pessoas negras e pediu à empresa indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. Ao anunciar a representação do Partido dos Trabalhadores contra o defensor Jovino Bento Júnior, o senador Paulo Paim, do PT gaúcho, considerou a atitude do advogado público preconceituosa e racista.
(Paulo Paim) “O PT está apresentando uma representação contra a ação civil pública do defensor Jovino Bento Júnior diante da atuação desse defensor, infelizmente, de contestação junto ao Magazine Luiza, que quer, simplesmente, promover a igualdade racial. Somente um defensor mantém essa posição, que é preconceituosa e racista, de querer intervir no Magazine Luiza que quer que negros também tenham espaço entre os seus profissionais. Espero que ele mude de opinião”.
(Repórter) Em nota, assinada por onze defensores, o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da Defensoria Pública da União (DPU) esclarece que os membros da instituição têm liberdade funcional e que a posição do defensor Bento Júnior não reflete a missão da instituição, cujo dever é defender os direitos de grupos vulneráveis.