CPI dos Maus Tratos ouve responsáveis por mostra cancelada em Porto Alegre — Rádio Senado
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CPI dos Maus Tratos ouve responsáveis por mostra cancelada em Porto Alegre

A CPI dos Maus Tratos ouviu nesta terça-feira (21) o presidente do Santander Cultural, Marcos Madureira. Ele falou sobre a mostra Queermuseu, em Porto Alegre, cancelada em setembro após uma série de protestos que consideraram as obras expostas como apologia à pedofilia e à zoofilia e profanação de símbolos religiosos. Madureira explicou que o objetivo da exposição era o oposto à apologia. Ele afirmou que os quadros considerados ofensivos representavam denúncia a “atos que não concordamos de forma alguma”, afirmou.

21/11/2017, 17h16 - ATUALIZADO EM 21/11/2017, 20h44
Duração de áudio: 02:13
CPI dos Maus-tratos (CPIMT) realiza depoimentos do presidente e do ex-presidente do Santander Cultural. 

Mesa: 
presidente da CPIMT, senador Magno Malta (PR-ES); 
presidente do Santander Cultural, Marcos Madureira; 
advogado David Marques Muniz Rechulski.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DOS MAUS TRATOS OUVIU NESTA TERÇA-FEIRA O PRESIDENTE DO SANTANDER CULTURAL, MARCOS MADUREIRA. LOC: ELE FALOU SOBRE A MOSTRA QUEERMUSEU, EM PORTO ALEGRE, CANCELADA EM SETEMBRO APÓS UMA SÉRIE DE PROTESTOS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. TÉC: O presidente da CPI dos Maus Tratos, Magno Malta, do PR do Espírito Santo, convocou os responsáveis pela exposição Queermuseu, Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, em Porto Alegre. A mostra reuniu obras de 85 artistas, como Alfredo Volpi e Cândido Portinari. Porém, uma parte do acervo foi considerada ofensiva por setores da sociedade e entidades religiosas. Para eles, o material fazia apologia à pedofilia e à zoofilia, além de profanar símbolos religiosos. De acordo com Marcos Madureira, atual presidente do Santander Cultural, patrocinador da exposição, esta não foi a intenção da instituição, que acabou cancelando a mostra após as manifestações se tornarem violentas. (Marcos) O banco vendo que houve este sentimento nas pessoas que resultou nas agressões físicas, nós fechamos por causa disso. É uma denúncia a práticas que nós consideramos atos ilegais e abusivos. Não estávamos naquele quadro defendendo nada. Toda linha da exposição é uma denúncia atos que não concordamos de forma alguma. Nunca de apologia, senador.” (REP) O presidente do Santander Cultural também ressaltou que o material já havia sido exposto em outros centros culturais sem suscitar qualquer tipo de crítica. Marcos Madureira afirmou que, diante da reprovação de parte do público, o Santander decidiu devolver os 800 mil reais de incentivos fiscais captados pela Lei Rouanet. Magno Malta disse que não se pode responsabilizar apenas o curador, Gaudêncio Fidélis, já que o banco aprovou a temática da exposição. (Magno) “O Sr. vir aqui dizer ‘a culpa é do curador’. Quer dizer, a responsabilidade é dele, ele será o crucificado agora? Não. Ele foi vender um produto a vocês e vocês compraram. Vocês sabiam o que estavam patrocinando. E não fazer mea culpa nisso. Você dizer assim ‘tinha tantas obras e só focaram em duas’. É dessas duas que eu estou falando. Porque é o foco da minha CPI. É maus tratos infantis. Não estou falando de arte. A arte tem que continuar. Eu sou defensor da arte.” (REP) A CPI também ouviu o ex-presidente do Santander Cultural, Sérgio Rial, em uma sessão reservada. Na próxima quinta-feira está prevista a oitiva de Gaudêncio Fidélis, sob condução coercitiva. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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