CPI dos Maus-Tratos ouve curadores de mostras polêmicas — Rádio Senado
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CPI dos Maus-Tratos ouve curadores de mostras polêmicas

A CPI dos Maus Tratos ouviu nesta quinta-feira (23) as explicações dos curadores de exposições polêmicas realizadas em São Paulo e Porto Alegre. Gaudêncio Fidélis, curador da Exposição Queermuseu, em Porto Alegre, afirmou que as obras apresentadas não tinham nenhuma conotação de pedofilia ou zoofilia. Ele criticou também a sua condução coercitiva pela CPI. Luiz Camillo Osório, curador de mostra no Museu de Arte Moderna em São Paulo, em que uma criança participou de uma performance de um artista nu, afirmou que a nudez não tinha “nenhuma conotação sexual, muito menos pornográfica. É uma nudez, nada mais do que isso”, explicou. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) se desculpou com os curadores pela convocação coercitiva. O presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), explicou que o objetivo não é amordaçar a arte, mas investigar os maus tratos psicológicos que certas imagens podem causar em crianças pequenas.

23/11/2017, 19h47 - ATUALIZADO EM 23/11/2017, 20h52
Duração de áudio: 02:24
CPI dos Maus-tratos (CPIMT) realiza depoimentos. 

Mesa:
relator da CPIMT, senador José Medeiros (Pode-MT); 
presidente da CPIMT, senador Magno Malta (PR-ES); 
curador da exposição “Queermuseu”, Gaudêncio Fidélis.
advogada do depoente, Camila Gomes de Lima.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DOS MAUS TRATOS DISCUTIU NESTA QUINTA-FEIRA A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA DE APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS. LOC: OS CURADORES DE EXPOSIÇÕES POLÊMICAS EM SÃO PAULO E PORTO ALEGRE FORAM OUVIDOS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. TÉC: Em uma sessão acompanhada por diversos representantes da classe artística, foram ouvidos pela CPI dos Maus Tratos os curadores de duas exposições consideradas polêmicas. Gaudêncio Fidélis foi o responsável pela organização da mostra Queermuseu, em Porto Alegre, criticada por exibir imagens que incitariam a pedofilia e a zoofilia. Gaudêncio questionou, principalmente, a sua condução coercitiva para depor na CPI. (Gaudêncio) “É uma CPI que tem objetivos bem específicos e inclusive nobres e que foram distorcidos para perseguir artistas e transformar em um verdadeiro tribunal da inquisição.” (REP) Já Luiz Camillo Osório foi o curador da mostra 35º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna em São Paulo, na qual uma criança foi filmada interagindo com um artista nu. Osório afirmou que no local haviam placas informando sobre a nudez e que a performance aconteceu apenas na noite de abertura para um público de convidados. (Luiz – 10”) “A nudez dessa performance não tem nenhuma conotação, sexual, muito menos pornográfica. É uma nudez, nada mais do que isso.” (REP) A senadora Marta Suplicy, do PMDB de São Paulo, chegou a se desculpar com os curadores pela convocação. (Marta) “Porque não tinha sentido trazê-los. A CPI embarcou numa mentira, em uma manipulação pela internet do que se fazer uma exposição que incentivava pornografia. Trazer pessoas de forma coercitiva com conotações meio criminosas, eu achei muito ruim. (REP) O presidente da CPI, senador Magno Malta, do PR do Espírito Santo, esclareceu que a arte não é objeto de investigação da comissão mas os maus tratos psicológicos que certas imagens podem causar em crianças pequenas. (Magno) “A CPI vai continuar porque é uma série de outras coisas de investigação sobre sigilo, nós temos toda essa situação de maus-tratos infantis acontecendo nas creches no Brasil de criança sendo sufocado e saco de lixo, veja o garoto lá na cela do estuprador no Piauí. E aí ficou parecendo que é CPI era uma CPI que nasceu para amordaçar a arte.” (REP) Também foi ouvido o procurador-geral de Minas Gerais, Fernando Martins, que defendeu uma mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente para estabelecer uma classificação indicativa para apresentações ao vivo, da mesma forma como acontece com filmes e programas de TV. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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