Advogada suspeita de fraude no INSS diz ser “bode expiatório” — Rádio Senado
CPMI do INSS

Advogada suspeita de fraude no INSS diz ser “bode expiatório”

A CPMI do INSS ouviu nesta terça-feira (18) a advogada Cecília Rodrigues Mota. Ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional  e da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil, ela é apontada como uma figura-chave no funcionamento das entidades investigadas na Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. Ela afirmou que está sendo colocada no centro de especulações e de conclusões precipitadas e disse que está sendo transformada em "bode expiatório".

18/11/2025, 21h44 - atualizado em 18/11/2025, 21h48
Duração de áudio: 02:55
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
 A CPMI do INSS ouviu a advogada Cecília Rodrigues Mota. Ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional e também da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil, ela é apontada como uma figura-chave no funcionamento das entidades investigadas na Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. As duas associações teriam sido beneficiadas por descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas, em um esquema que já estima prejuízo de cerca de R$ 6,3 bilhões. De acordo com a Polícia Federal, a deponte atuava como presidente de fachada de várias associações usadas para aplicar golpes em aposentados e pensionistas. As mais de 30 viagens entre janeiro e novembro de 2024 para destinos como Dubai, Paris e Lisboa feitas por ela levantaram suspeitas dos agentes da PF, que  concluiu que indivíduos e empresas ligadas a Cecília Rodrigues Mota receberam, no total, 14 milhões de reais das entidades associativas e companhias intermediárias envolvidas na fraude. Ela justificou a quantidade de viagens pelo Brasil. Cumpre esclarecer que todas foram integralmente realizadas a trabalho. À época, eu mantinha estrutura profissional em diferentes capitais, escritório próprio em Brasília, sede administrativa em Fortaleza, unidade em São Paulo e co-work em Salvador. Trata-se de uma operação robusta, jamais compatível com a ideia de escritório de fachada.  Ela também afirmou que está sendo colocada no centro de especulações e de conclusões precipitadas e disse que está sendo transformada em "bode expiatório". Cecília Mota compareceu à CPMI amparada por um habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio nas perguntas que poderiam incriminá-la. Ela usou desse instrumento quando o relator, deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, a questionou sobre a suposta prática de lavagem de dinheiro. Mas o mais interessante é que a senhora movimentou quase 20 milhões de reais. Se alguém me mostrasse esse gráfico sem ter direito de explicação, eu diria que a senhora está lavando um dinheiro empurrado. Mas a senhora está aqui, a senhora pode explicar. Por que vai 9 e volta 8, por exemplo? Tem uma lógica nisso? Quer explicar? Eu também prefiro reservar o direito ao silêncio.   A CPMI tem reuniões previstas até o próximo dia 4 de dezembro. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

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